"Gatinha do crime". É assim que é chamada uma garota de 17 anos, presa no último domingo na cidade paulista de São José do Rio Preto. Fria, calculista e meticulosa, a "Gatinha do crime" iniciou sua carreira ainda bem jovem no interior de Mato Grosso, na cidade de Pontes e Lacerda. E não é qualquer um que ela gosta de matar. Sua preferência são homens adultos. E com um modo peculiar de matar: a peixeira, quase sempre desferida no pescoço do incauto. "Gosto de ver o sangue jorrar na minha sandália", se vangloria.
Ao ser presa em São José do Rio Preto, a adolescente de 17 anos, usuária de cocaína, droga que aprendeu a consumir ainda jovem no interior de Mato Grosso, disse que já contabiliza 30 assassinatos. É fria a contar sua história e jura que em nenhum dos crimes estava sob o efeito de drogas. Também não admite que a maioria das mortes tenha ocasionado durante atos sexuais. Confessa, entretanto, que em alguns casos recebeu para matar. "Fui contratada sim. Pagam bem eu mato", teria dito em seu depoimento.
Depois de passar por Pontes e Lacerda, onde iniciou sua vida marginal, a "Gatinha do Crime" esteve também, sempre junto com sua família, Santa Fé do Sul, no interior de São Paulo, Capinha, em Minas Gerais, Cáceres e Várzea Grande, em Mato Grosso e por último em Aparecida do Taboado, no Mato Grosso do Sul, onde diz quer executado pelo menos dez homens adultos.
Segundo o delegado da DIG de Aparecida do Taboado, para onde a "Gatinha do crime" foi levada, Mauro Truzzi Otero, que atendeu o caso, disse que a adolescente contou que não aguentava mais o "peso na consciência" e porque queria "se livrar disso quando completar 18 anos".
A Polícia conseguiu confirmar que os relatos da garota batem com pelos menos dois homicídios ocorridos em Aparecida do Taboado. Um deles foi o assassinato de um pedófilo, morto a facadas.
"Esse cara eu matei porque ele mexia com as meninas de 9, 10 anos. Comigo ele nunca mexeu", contou a adolescente ao delegado. Mas, segundo a investigação, ela não agiu sozinha. "Hoje, a Polícia trabalha com possibilidade de que o comparsa seja um policial militar, mas ela disse aqui que se trata de outra pessoa", afirmou Otero, à reportagem do Terra.
Outro crime seria de um homem que consta como desaparecido. Ela também teria roubado o Fiat Pálio dele. Outro crime relatado teria ocorrido no dia 1º de janeiro de 2007. "Entrei o ano matando", contou ela à polícia. "Enfiei a faca no pescoço dele e voou sangue no sapato da minha prima. Minha avó viu", consta na reportagem como declaração da adolescente.
A "Gatinha do crime" disse que matava por vários motivos, não importavam quais:
"Um dos motivos alegados é que ela era contratada para praticar os crimes e porque, em alguns dos casos, brigava com a vítima", contou.
Colaboraram Carlos Eduardo Lemos e Portal Terra