O Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou 14 envolvidos no esquema de sonegação fiscal no transporte e retirada de madeira investigadas na operação “Cupim”, deflagrada em maio. De Mato Grosso, vão responder pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e falsificação de documento público os empresários Júlio Alberto Pereira Pinto, Cláudio Aparecido Pereira Pinto, ambos de Sinop, Hélio Della Vedova de Araújo e Cláudio Goliczeski, de Marcelândia. Todos os envolvidos nas investigações continuarão em liberdade.
Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o empresário Júlio Pinto era quem liderava o esquema de sonegação. Ele coordena as empresas dele, Silver Line Transporte e Logística Ltda e J.A. Pinto Transporte Ltda, com sede no endereço residencial dele, e que levavam madeira oriunda de Mato Grosso para São Paulo, Santa Catarina e Paraná, passando por Mato Grosso do Sul.
As investigações apontaram que os mato-grossenses eram os responsáveis pela extração ilegal de madeiras nobres e ameaçadas de extinção, como peroba e castanheira. Caminhões e carretas assumiam o transporte dos produtos florestais, que quase sempre eram misturados ao pinus, madeira de pouco valor e de livre comércio, para não levantar suspeitas. O esquema de sonegação era forte, sendo que uma mesma nota fiscal era emitida para até 5 carregamentos simultâneos. Funcionários públicos davam suporte para a fraude.
Também foram denunciados Cival Pereira dos Santos, Maurício Fernandes Bueno Filho, Nilton José Baraúna, Maurício de Souza Lima, Jorge Barbieri Figueiredo, Jair Aparecido Dias, Aridalton José de Sousa, Eva Santos Gonçalves, Demilson de Santi e José Miguel Milet Freitas. A “Cupim” cumpriu também 22 mandatos de busca e apreensão de documentos. Foram apreendidos R$ 6,8 mil.