O coronel Elierson Metello, ex-comandante regional da Polícia Militar de Sinop, o ex-comandante geral Adaildon Evaristo de Moraes Costa (foto) e o tenente-coronel Santos foram presos, hoje, pela Polícia Federal de Mato Grosso, por ordem da justiça, na “Operação Pluma”. Eles são acusados de prática de grilagem de terras da União, na região do Vale do Araguaia. A assessoria da PF ainda não confirmou em quais cidades os oficiais foram presos. De acordo com a PF, foram emitidos seis mandados de prisão contra oficiais da Polícia Militar de Mato Grosso, sendo dois da Reserva e uma tabeliã. Ao todo, 120 policiais cumprem 19 mandados de prisão temporária, 24 mandados de busca e apreensão e a determinação seqüestro de bens e valores dos envolvidos.
Na investigação foram identificados os crimes: grilagem de terras da União, especialmente de áreas destinadas a reforma agrária e reserva indígena, formação de quadrilha armada, falsificação de documentos públicos, corrupção ativa e passiva, peculato, prevaricação, extorsão, usurpação de bens da união, crimes ambientais, lesões corporais e lavagem de dinheiro. Entre as formas de atuação do grupo estava a grilagem para extração de insumos vegetais da área da reserva indígena.
No histórico dos oficiais investigados consta ainda expulsão de assentados de áreas já destinadas à reforma agrária. Há suspeita de envolvimento deles no episódio envolvendo o assentamento da Fazenda Bordolândia, localizada entre os municípios de Bom Jesus do Araguaia e Serra Nova Dourada. Os assentados eram expulsos para posterior emissão de títulos de domínio falsos, sempre com o claro intento de obter indenização do poder público pela desapropriação de áreas inexistentes.
Os oficiais militares são responsabilizados ainda por atuar na promoção de temor entre pequenos e médios fazendeiros da região com dois objetivos distintos. Entre os quais fazer pressão e extorquir estes produtores para que vendessem seus imóveis a preço bem inferior ao praticado no mercado, sendo estes revendidos a grandes empresários do Estado de Goiás por justo preço; comercializar serviços de segurança privada a serem realizados por pistoleiros e policiais militares lotados na região, neste último caso, por vezes, com o uso indevido de recursos humanos e materiais da corporação policial.
A área de atuação eram os municípios do “Vale do Araguaia”, destacando-se a atuação em Vila Rica, Santa Cruz do Xingu, Confresa, Porto Alegre do Norte, Ribeirão Cascalheira, Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia, entretanto, também contribuíram para o fomento das atividades criminosas empresários, supostos policiais militares e pistoleiros do Estado de Goiás e financiadores do Distrito Federal, todos interessados nas vastas e producentes áreas de terra da região.