Até o inicio da tarde de hoje, a Polícia Federal prendeu em flagrante oito pessoas pela posse de material pornográfico infantil, durante a Operação Turko, na qual serão cumpridos ao longo do dia 92 mandados de busca e apreensão em 21 estados. A operação visa principalmente ao combate à pornografia infantil na rede de relacionamentos virtuais Orkut. Das oito prisões efetuadas, três ocorreram em São Paulo, duas no Rio Grande do Sul, uma em Pernambuco, uma no Espírito Santo e uma em Mato Grosso.
"O objetivo é realizar uma análise do material contido nos computadores, identificar material pornográfico e os responsáveis por sua divulgação", afirmou o delegado da Polícia Federal Carlos Eduardo Sobral, da Unidade de Repressão a Crimes Cibernéticos.
Também participaram da entrevista coletiva sobre a operação o senador Magno Malta (PR-ES), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia, e o procurador da República Sérgio Suiama, do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo. A CPI e o MPF trabalharam em parceria com a Polícia Federal nas investigações.
"O Brasil é um grande difusor de pornografia infantil na internet e 90% dessa difusão é feita por intermédio do Orkut.", afirmou Suiama.
Os usuários investigados na operação foram denunciados por internautas no site www.denunciar.org.br, mantido pela organização não governamental (ONG) SaferNet Brasil. Eles usavam o recurso dos álbuns fechados, disponível no Orkut, para troca e divulgação de pornografia infantil. O sigilo do conteúdo dos álbuns foi quebrado pela CPI da Pedofilia em abril do ano passado.
"Essa operação marca o fim da impunidade no site de relacionamentos Orkut, de pessoas que divulgam imagens [pornográficas] de crianças de até 12 anos", ressaltou Thiago Tavares, diretor da SaferNet.
A operação Turko é a primeira realizada após um acordo de cooperação celebrado entre os órgãos públicos e o provedor Google, responsável pelo Orkut. O provedor entregou informações sobre 3.600 perfis denunciados, que após analisadas, resultaram nos mandados a serem cumpridos hoje. As prisões já efetuadas só foram possíveis graças à edição da Lei 11.829, que criminalizou o armazenamento de conteúdo pornográfico infantil, independentemente de a pessoa ter divulgado ou publicado o material.