A mãe do bebê encontrado dentro de uma fossa foi presa ontem e será indiciada por tentativa de homicídio. Ana Cláudia Marques de Campos,19, disse que começou a sentir as dores do parto na madrugada de segunda-feira(19) e teve a criança dentro do banheiro. Ao nascer, a menina caiu no vaso e ela disse que puxou a descarga porque acreditava que a filha estava morta. Esta foi uma das versões apresentadas pela jovem, que falou à delegada, Maria Antônia Soares, que após a criança nascer, jogou a menina na fossa da própria casa, por um buraco na tampa.
Os pais da acusada também foram ouvidos e alegaram desconhecer a gravidez de 8 meses da filha. Eles afirmam que ela agia naturalmente e continuava usando as mesmas roupas. O fato fez com que não houvesse suspeitas sobre a gestação.
A acusada foi encontrada pela polícia porque passou mal durante a manhã de segunda-feira e foi levada por parentes ao Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC). Ela chegou ao local por volta das 9h, sendo que o bebê foi encontrado às 11h pela irmã dela, Ana Paula Marques, que não mora no imóvel, mas estava cuidando dos irmão menores enquanto Ana Cláudia estava hospitalizada.
A paciente chegou com forte hemorragia e a situação foi comunicada à polícia, que quando chegou ao pronto-socorro não a encontrou. A delegada disse que neste ponto existe outra contradição, porque a instituição comunicou que ela fugiu, mas a jovem disse que recebeu alta.
Ana Claudia é estudante do ensino médio e relatou que tinha medo de contar sobre a gravidez aos pais. Conforme o depoimento, o pai dela costumava dizer que se a filha ficasse gestante iria bater e depois mandá-la embora de casa.
O pai do bebê foi namorado da jovem, mas mudou de Cuiabá para não assumir a criança. Ela ainda não informou o nome ou onde encontrá-lo.
A delegada Maria Antônia Soares declarou que a acusada responderá pelo crime de tentativa de homicídio e não de abandono de incapaz. Segundo ela, a mãe expôs a menina a risco de morte e se fosse abandono, teria deixado-a em local público e de acesso.
Os pais dela continuam sendo investigados pela polícia para saber se foram coniventes com atitude da filha. Caso seja provado que os dois sabiam, eles serão responsabilizados.