Dois irmãos, um menino de dois anos e nove meses e uma menina de um ano e um mês, morreram afogados em um buraco de olaria de fabricação de tijolos. A tragédia ocorreu na tarde de quinta-feira, no bairro Joaquim Murtinho, em Cáceres. José Manoel da Conceição, acompanhado pela irmã, Paola Conceição aproveitaram a ausência dos pais para buscar água no buraco. A suspeita é de que Paola caiu e José tentou salvá-la morrendo os dois.
O buraco de aproximadamente um metro de profundidade localiza-se a cerca de 200 metros da casa. No local foi encontrado um galão vazio usado para buscar água pelos irmãos. A Polícia investiga o caso. Os pais podem ser responsabilizados pelas mortes.
Usuários de drogas, o pedreiro Manoel Correa de Oliveira, vulgo “manezinho”, 26 anos e a doméstica Sandra Rosa Conceição, vulgo “moça” 23 anos, saíram de manhã e deixaram as crianças sozinhas. Moça afirma que retornou do trabalho às 13h30 e Manezinho antes. Porém, eles só deram pela falta dos filhos por volta das 15h. Ao procurarem encontraram Paola e José Manoel flutuando no buraco.
A guarnição do Corpo de Bombeiros foi acionada. Mas, nada pode fazer porque as crianças já estavam sem vida. Os corpos foram sepultados na manhã de sexta-feira. Além de José Manoel e Paola Conceição, o casal Manezinho e Moça têm mais três filhos, todos menores de 10 anos. Os vizinhos evitam comentar sobre a vida do casal. Porém, afirmam que as crianças vivem a maior parte do tempo sozinhas porque eles estão fora de casa.
O bairro onde ocorreram as mortes é um dos locais de maior concentração de bocas de fumo do município. Lá uma adolescente viciada em droga foi acusada de ter “doado” a filha recém nascida a troco de R$ 100 para comprar droga. O caso teria ocorrido, há menos de um ano.
A mulher conhecida por “Lena” teria ganho a criança e no dia seguinte “doado” a uma senhora que lhe entregou o dinheiro – pagamento disfarçado de ajuda – para compra de medicamentos. Com o dinheiro, a mãe teria se drogado durante duas noites e dois dias seguidos.
Além de Lena, há informações de que outra adolescente também dependente química teria agido da mesma forma. Conhecida apenas por “sereia” ela teria ganho um menino e feito a “doação”. O caso de sereia é ainda mais alarmante. Ela teria “comercializado” o filho por a metade do preço da filha da Lena: apenas R$ 50. Sereia teria fumado o dinheiro da “doação” em um dia.
No bairro, os moradores evitam falar sobre o caso. “Existe esse comentário por ai, mas não sei de nada”, disse um morador que não quis ser identificado. “Não quero nem saber desse povo. São perigosos”, completou uma moradora.