Duzentos e dezesseis aparelhos de celular, 307 "trouxinhas" de entorpecentes e 170 litros da aguardente artesanal "Maria Louca" foram apreendidos até novembro deste ano na Penitenciária Central do Estado (PCE). Os números são da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
A maioria dos objetos apreendidos estava na PCE, maior estabelecimento penitenciário de Mato Grosso com 1.764 detentos. Somente no mês passado foram encontrados 176 trouxinhas de pasta-base e 70 aparelhos de celulares na carceragem (que envolve os raios de 1 a 5). Para comparação, somente no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC) foram localizados 71 aparelhos nos 11 meses de 2010.
Outro setor onde foram encontradas drogas foi a unidade móvel, mais precisamente no mês de abril, com 83 unidades. Também muito buscada pelos detentos, a aguardente "Maria Louca" (produzida com arroz, açúcar, casca de frutas, entre outros ingredientes), foi descoberta pelos agentes penitenciários em 2 meses. Em fevereiro encontraram 70 litros e em agosto 100 litros.
O superintendente de Gestão Penitenciária, tenente-coronel José Antônio Chaves, admite que o sistema é falho tanto em relação às questões tecnológicas quanto em estrutura humana. Na parte tecnológica, o superintendente explica que a porta detectora de metais está com defeito e que a intenção seria adquirir um instrumento que evite a revista manual, principalmente das mulheres. "Existe uma espécie de banco que, ao sentar, verifica se a pessoa está com objetos nas partes íntimas".
Na estrutura humana, o superintendente reforça que "não tem como medir quantas pessoas são necessárias para atuar na penitenciária porque depende da unidade". Ele lembrou que, no próximo mês de março, os 1,5 mil agentes do último concurso público irão se apresentar, o que dará um "alívio" à estrutura.
De todos os raios da PCE, o que dá menor problema, segundo ele, é o 5. Isso porque é a que se tem o maior controle sobre os detentos. "Essa unidade é onde os reeducandos têm menos espaço e, por isso, é o lugar em que eles não querem ir".
A apreensão de droga em 2010 é menos da metade do ano passado (mais de 700 "cabecinhas").