O estudante Guilherme Ferreira Costa, 23, foi preso em flagrante por tráfico de drogas sintéticas na frente do edifício em que reside no bairro Baú, em Cuiabá. O acusado é filho do delegado A. S.C. e era investigado pela setor de inteligência da Polícia Militar há cerca de 1 mês.
Na tarde de ontem, quando saía do prédio, o estudante foi abordado por policiais militares e tentou descartar uma cartela com 50 adesivos de LSD. Guilherme portava ainda R$ 2,2 mil que seriam depositados, segundo informou aos policiais.
Ele e a PM retornaram ao seu apartamento onde foram encontrados mais 30 comprimidos de ecstasy, 37 cápsulas montadas com um pó branco, que Guilherme informou à Polícia também ser ecstasy, uma sacola com cápsulas vazias, balança de alta precisão, mais R$ 73,45 em moedas, além de outra pequena quantia de dinheiro em notas miúdas. Na residência do estudante foram encontrados alguns cadernos e agendas com anotações, que serão analisados pela investigação diante da possibilidade de encontrar outros envolvidos com o tráfico ou consumo dos entorpecentes.
O tenente da Polícia Militar, José Corrêa, que comandou o flagrante, afirma que todos os objetos apreendidos estavam dentro do guarda-roupas do estudante. Segundo o policial, as investigações tiveram início diante da desconfiança de Guilherme estar comercializando os entorpecentes em festas de música eletrônica da cidade. "Com a proximidade de mais uma festa rave em Cuiabá, ele voltou a ficar no foco e foi flagrado nesta tarde com todo esse entorpecente e material que foram apreendidos".
A prisão ocorreu por volta das 15h30 e Guilherme foi encaminhado para o Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do Planalto, onde atualmente funciona a Central de Flagrantes. Ele estava acompanhado de uma advogada que não quis se identificar, nem comentar o assunto. Guilherme também preferiu não falar sobre as acusações.
O tenente Corrêa destacou que o estudante seria levado para a Polícia Federal, que tem a atribuição de investigar crimes de tráfico de drogas. Guilherme foi ouvido durante a noite pelo delegado da PF.
Outras prisões – Esta não é a primeira vez que jovem de classe média-alta de Cuiabá é preso por tráfico de drogas sintéticas. Durante a maior operação da PF contra este tipo de entorpecentes, um morador de Cáceres (225 km a Oeste de Cuiabá) foi preso acusado de participar de uma quadrilha nacional. A operação ocorreu em 2009 e na ocasião 51 pessoas nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco e Mato Grosso em duas operações que tinham o mesmo foco, a "Nocaute" e a "Trilha Albis". Juntas, as 2 quadrilhas faturavam cerca de R$ 1 milhão por mês.