Depois de 7 dias na fronteira com a Bolívia, a operação "Gênesis" chegou ao fim com 56 quilos de drogas apreendidos. Até o 6º, foram 5 carros recuperados, 42 pessoas presas em flagrante e encaminhadas às Polícias Civil e Federal e outras 15 prisões com mandados judiciais.
Para a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, o número baixo de apreensão de droga não é preocupante, pois a operação não acontece de forma sigilosa e com isso "a fronteira toda sabe" que a Polícia está agindo.
O comandante da Força Nacional, coronel Luiz Antônio Ferreira, diz que a operação pretendia muito mais do que fazer apreensões, mas principalmente demarcar território e fechar a fronteira para a entrada de drogas. "Queremos integrar uma corrente forte para impedir a entrada de entorpecentes e, consequentemente, combater o avanço do crack. A Força permanecerá no Estado até 31 de dezembro".
A operação teve início às 0h do dia 20 de julho em Porto Esperidião com 389 profissionais preparados para combater o narcotráfico e é parte do Plano de Ações da Segurança (PAS) do Estado. Em parceria com a Força Nacional, Marinha, Polícias Federal e Rodoviária Federal, e outras instituições, o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) atuou nos 983 Km de fronteira, inclusive nas áreas alagadas, onde aconteceu 18 apreensões de tralhas, 4 de embarcações e 14 kg de pescado irregular.
Para ser eficiente no combate ao tráfico de entorpecentes, ações como a operação "Gênesis" deveriam ser realizadas frequentemente, lembra o secretário de Segurança do Estado, Diógenes Curado. Apesar do governo estadual afirmar que essa frequência será estabelecida em Mato Grosso, ainda não se tem uma data definida de quando haverá uma estrutura capaz de viabilizar esse tipo de ação de modo corriqueiro.
O coordenador do Gefron, tenente coronel Antônio Mário Ibanez, explica que as maiores dificuldades para estabelecer essa rotina estão relacionadas principalmente a falta de recursos humanos em todas as instituições e de investimento em tecnologia, para tornar o patrulhamento da fronteira em uma ação mais fácil e ágil.
A situação poderá mudar para melhor assim que o governo estadual chamar os candidatos aprovados às vagas na Polícia Militar e logo que o Gefron receber os R$ 8 milhões prometidos pelo Governo Federal para a compra de equipamentos mais avançados, como aparelhos novos de vigilância noturna, lanchas, voadeiras e aeronaves. O helicóptero a ser adquirido pelo Estado por meio do PAS também deve colaborar com as ações do Gefron a partir de novembro.
"O governo do Estado prometeu dobrar nosso efetivo, que atualmente conta com 98 profissionais, assim que os candidatos forem chamados. Já os equipamentos devem chegar até meados de dezembro", prevê o tenente coronel.
Para haver uma ação permanente, Curado ressalta ainda a importância da consolidação do Policiamento Especializado de Fronteira (Pefron), uma frente criada pelo Ministério da Justiça que pretende alinhar as ações de combate ao tráfico de drogas nos 16,8 mil quilômetros de fronteira que o Brasil possui.