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Corregedoria da PM recebe 50 denúncias mensalmente contra soldados

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Cerca de 50 policiais militares são denunciados por mês à Corregedoria. É mais que 1 policial por dia, acusado de vários crimes ou desvio de função. Somente nos primeiros 6 meses deste ano, são 316 investigados, sendo 56 em processos onde os indícios são mais fortes. Os números são altos, na avaliação do Corregedor Geral da PM, coronel Joelson Sampaio. "São cerca de 3 policiais por mês que incidem em prática que justificaria a expulsão".

Efetivamente expulsos, este ano, já foram 15. Mas nem todos os casos terminam assim, ou demoram para este desfecho. A corporação tem hoje policiais que cometeram crimes graves e continuam atuando. O corregedor ressalta que durante o Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que é feito pelo Conselho de Disciplina, ou nos Inquéritos Militares, procedimentos que reúnem as denúncias mais graves, é preciso garantir o direito à ampla defesa e, por isso, muitas vezes o andamento não é ágil.

Por outro lado, o corregedor enfatiza que muitas denúncias que chegam não possuem fundamento e, após a instauração de uma sindicância, acabam arquivadas. São, por sinal, as sindicâncias que fazem o maior volume na Corregedoria.

No Conselho Disciplinar, onde o próprio corregedor afirma que o processo é aberto "porque existem evidências muito claras que o policial cometeu irregularidade funcional", há hoje casos como dos policiais presos no dia 18 de maio deste ano no trevo de acesso ao município de Santo Antônio do Leverger. Eles são acusados na corporação de concussão (crime em que o servidor público utiliza da prerrogativa da função para cobrar vantagem para si ou para outrem). Os PMs pediram R$ 1,5 mil para deixar um caminhoneiro, que transportava madeira, passar pela barreira policial.

Outro caso que está no Conselho Disciplinar é de um policial militar que foi flagrado tentando entrar com alta quantidade de droga na Penitenciária Central do Estado e o de Reninho Ferreira da Costa, 33, que atuava na Força Tática e foi preso em flagrante quando tentava vender um veículo Gol que era da Polícia Militar.

Já entre os inquéritos estão casos como o da morte do soldado alagoano Abinoão Soares de Oliveira, 34, que morreu afogado durante 4º Curso de Tripulante Operacional Multi-Missão (TOM-M), em Cuiabá. Apesar da PM já ter anunciado o indiciamento de 22 pessoas por homicídio doloso (sem intenção), maus-tratos, lesão corporal dolosa, prevaricação e inobservância, o inquérito ainda não foi encerrado. Sampaio afirma que faltam laudos, como da reconstituição do treinamento e morte, e novos crimes podem aparecer.

Também são investigados pelo IPM os policiais acusados de queimarem Cassimiro Moraes dos Santos, 22, em março deste ano. Cassimiro foi preso pelo assassinato do cabo PM Edeson de Oliveira, 46, no Beco do Candeeiro. Entretanto, logo após a prisão, teve que ser encaminhado para o Pronto-Socorro com queimaduras graves pelo corpo. Ele acusa os PMs que o prenderam de jogarem álcool em seu corpo e colocarem fogo, usando um aparelho de provocar choques. Os PMs alegam que colocaram álcool no corpo dele devido a machucados e que um dos policiais foi ascender um cigarro e, acidentalmente, uma faísca caiu no preso. O caso está na fase final de investigação.

 

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