Um técnico em enfermagem, de 30 anos de idade, foi preso na tarde de ontem por policiais militares acusado por uma paciente (da mesma idade) que afirma ter sido molestada sexualmente pelo profissional na enfermaria de um hospital da cidade. De acordo com o boletim de ocorrências registrado no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) pela Polícia Militar, a vítima relata que foi submetida a uma intervenção cirúrgica na manhã de ontem e, no começo da tarde, quando recebia os cuidados de enfermagem realizados pelo suspeito, percebeu um procedimento não corriqueiro e de invasão à sua intimidade. Segundo o relato da vítima, o técnico em enfermagem teria feito um curativo na cirurgia e lhe aplicou uma medicação que a fez dormir. Porém, antes de adormecer plenamente, ela alega ter percebido o suspeito apalpando os seus seios e, ao acordar, diz que sentiu dores na região vaginal.
Por outro lado, o técnico confirma ter feito os procedimentos de enfermagem na paciente, mas nega qualquer abuso ou ato irregular e diz que estava em companhia de uma outra enfermeira. Mais adiante, ele confirma ter ajudado outra colega de trabalho a deslocar a paciente ao banheiro para o banho, mas diz que não permaneceu no local. Após o banho da paciente, ele afirma ter trocado o soro e feito um curativo na perna dela. Mais tarde, segundo o relato do profissional da enfermagem, novamente em companhia de uma colega de trabalho, ele levou um lanche à paciente. Por volta das 16h, ele confirma ter retornado à enfermaria onde se encontrava a paciente e ministrou-lhe o devido medicamento, não tendo ficado a sós com ela em momento algum.
Todavia, diante da denúncia feita pela paciente, o suspeito foi encaminhado ao Cisc e entregue à autoridade policial. O delegado Sebastião Lopes solicitou um exame de corpo de delito que foi realizado no Instituto Médico Legal (IML). Porém, conforme o delegado, o atestado assinado pelo médico Márcio Landi não foi conclusivo. De acordo com o exame, foi constatada a presença de uma irritação na parede vaginal da paciente, mas o médico não pode atestar com 100% de certeza tratar-se de uma conjunção carnal. Todavia, diante da presença de secreções, foi coletado material para exames laboratoriais que deverão ser feitos no Laboratório Forense de Criminalística, da Politec da capital. Caso se confirme a presença de esperma nas secreções, será feito um exame de DNA para confirmar ou não o técnico em enfermagem como autor do suposto estupro.
No entanto, diante das afirmações e denúncia formal feitas pela paciente, o delegado plantonista autuou o acusado em flagrante delito por estupro, em tese por infringir o art. 215 do Código Penal, combinado com a Lei 12.015/2009 (nova lei de estupro). Ontem, após os procedimentos legais, o suspeito seria encaminhado à Cadeia Pública.