Balanço apresentando pelo Centro Integrado de Segurança e Cidadania (CISC), em Sinop, revela que no ano passado foram apreendidos pouco mais de 17,4 quilos de maconha além de 1,3 quilos de cocaína. Os números referem-se às ações desencadeadas pelas polícias Civil e Militar entre janeiro e dezembro. A maior parcela do entorpecente foi localizada pelos investigadores no mês de setembro – 11 quilos que eram transportados em um ônibus. A droga estava em uma bolsa, embaixo de um dos assentos do veículo que saíram de Dourados (MS) com destino a Peixoto de Azevedo (210 quilômetros de Sinop). Na época, as investigações apontaram que o suposto transportador da droga teria abandonado a maconha durante uma das paradas após Jangada.
Foram 49 flagrantes envolvendo tóxicos foram lavrados pela Polícia Civil. Ou seja, quando houve prisões de envolvidos. Para esta circunstância estão associados os 6,4 quilos de maconha e os 1,3 quilos de cocaína. Já no caso dos 11 quilos de maconha não houve detenção.
Maio liderou o quadro de flagrantes. Neste mês foram 11 situações motivadas pela repressão ao crime em Sinop. Na sequência figuraram julho (7), março (5), junho (5), dezembro (5), janeiro (3), abril (3), outubro (3), novembro (3), fevereiro (2), agosto (1), setembro (1). Ao todo, 65 pessoas foram presas ano passado
Para o delegado Joacir Bastista, a maior dificuldade em avançar nas investigações no combate ao tráfico está na “lei do silêncio” que impera no mundo do crime. Isto é, quando não há delação dos responsáveis pelo esquema. “A investigação do tráfico de drogas é mais lenta. Não basta estourarmos as bocas de fumo se não pegamos a pessoa que está trazendo a droga. É uma investigação que demanda inteligência, monitoramento telefônico, deslocamento de policiais para a região”, declarou, ao Só Notícias.
“Não existe a denúncia porque uma vez preso sabe que há o risco de ser morto. Existe a possibilidade legal da delação premiada, onde o criminoso que delata seus comparsas acaba tendo uma pena menor e proteção do Estado. Mas, mesmo assim, ele sabe que se for identificado e localizado será morto”, pondera Joacir Batista.
Na maior cidade da região Norte a polícia detectou, por exemplo, bairros como o Boa Esperança, São Paulo, Parque das Araras, entre outros, como problemáticos. Conforme Joacir, a maior incidência do tráfico e consumo de drogas ocorre nas regiões periféricas. Por outro lado, o delegado é claro ao afirmar haver situações desta natureza também na área central, considerada nobre.
A flexibilização das leis que implica menor punição para usuários de drogas também é apontada pelo delegado de polícia como uma das responsáveis pelas ocorrências. “Muitos são presos mas alegam serem usuários e acabam sendo soltos”, concluiu.