Mato Grosso enviará 53 presos para os Estados de origem nas próximas semanas e, em contrapartida, receberá 33 que estão cumprindo pena fora daqui. Esse movimento faz parte da operação "Retorno", feito pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) do Ministério da Justiça por sugestão do Conselho Nacional de Justiça.
O secretário-adjunto da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), tenente-coronel Zaqueu Barbosa, disse ser favorável ao retorno de presos que estão em Mato Grosso para outros estados por achar que ele deve estar próximo à família e ao local onde cometeu o crime, para agilizar o processo.
Mas, em relação aos casos de Hércules de Araújo, Célio Alves e João Arcanjo Ribeiro, Barbosa se diz contrário. "Eles têm envolvimento com o crime organizado, são criminosos de alta periculosidade e está provado que a presença deles acaba influenciando os demais presos".
Dos 53 presos que vão deixar os presídios de Mato Grosso, 24 são de São Paulo, 9 são de Rondônia, 3 de Mato Grosso do Sul, 6 de Minas Gerais, 1 do Rio Grande do Norte, 4 de Goiás, 2 do Paraná, 2 da Bahia, 1 do Distrito Federal e 1 do Maranhão.
Em 2009, segundo Zaqueu Barbosa, Mato Grosso enviou 91 presos para os estados de origem, sendo que para os 21 de Goiás, por exemplo, houve uma parceria. "Deixamos os 21 em Barra do Garças e depois o governo de lá veio buscar. O que acabou dividindo custos".
País – A operação "Retorno" já concluiu 100 transferências de presos entre os estados. A meta do Depen é que, em 2010, todas as 1.400 remoções solicitadas sejam efetuadas.
Coordenada pela área de inteligência do Sistema Penitenciário Federal do Ministério da Justiça, a operação conta com o apoio da Polícia Federal, Força Nacional de Segurança Pública e Força Aérea Brasileira.
Com as remoções, a expectativa é que a tramitação de processos criminais seja mais célere. Responsável pela operação no Ministério da Justiça, o delegado Wilson Salles Damazio explica que é comum mandados de prisão serem cumpridos fora do estado onde aconteceu o crime.
"A presença do réu na comarca onde praticou o crime representa celeridade no julgamento", acrescenta.
Segundo informações da assessoria de comunicação do Depen, a etapa mais recente da operação "Retorno" foi feita de Porto Alegre (RS) para Ponta Porã (MS). Uma mulher paraguaia e seu filho de 1 ano e 8 meses retornaram para o Mato Grosso do Sul, onde tramita o processo.