O delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado, Flávio Stringuetta, confirmou, nesta manhã, que indiciará quatro pessoas acusadas pelo assassinato da advogada Irene Bricatte, ocorrido há sete anos, em Alta Floresta. “Conseguimos, até o momento, a identificação de quatro pessoas, sendo um mandante, a pessoa de Euclides Dobri e, três executores, sendo pessoas que trabalhavam para ele ou que tinham algum vínculo empregatício com o mandante, são as pessoas dos irmãos Oslan e Osmã e Ailton”, explicou o delegado em entrevista à Rádio Progresso.
As investigações, segundo Stringuetta, foram “árduas e demoradas, envolvendo depoimento de várias pessoas (mais de 40), resultando em um inquérito composto por quatro volumes. Os indiciados foram identificados através de provas testemunhais. “Chegamos, nesse momento, a um ponto crucial do inquérito com o indiciamento dos quatro envolvidos e a necessidade de pessoas daqui da sociedade continuem auxiliando nas investigações e nos passe qualquer tipo de informação a respeito do fato para que o inquérito seja concluído nos próximos dias”, destacou.
Ainda segundo o delegado, uma decisão judicial impediu a identificação de outros possíveis interessados na morte da advogada. “Nós tínhamos uma linha de investigação ainda a ser desenvolvida, no entanto, uma decisão da justiça local contrária a pretensão deste delegado acabou limitando a nossa ação e não conseguimos desenvolver essas diligências”, disse.
Conforme Stringuetta, a investigação poderia confirmar o uso de um sistema de pagamento para a morte da advogada feito por outros interessados. “Nós temos uma linha de investigação que poderia levar a existência de outras pessoas interessadas na morte da doutora Irene, pessoas que poderiam ter atuado como consórcio, financiando esse crime, mas infelizmente, uma decisão ao nosso ver equivocada do juízo local, nos impediu de desenvolver essas diligências, portanto, voltamos a investigação manual, por assim dizer”, reforçou.
Durante as investigações foram expedidos mandados de prisões temporárias contra os executores, entretanto, segundo o delegado, foi negada a prisão de Dobri. “Todos eles foram formalmente indiciados portanto, para o inquérito policial, a evidência de suas participações está clara”, enfatizou.
Algumas testemunhas, que não são de Alta Floresta, ainda deverão ser ouvidas para conclusão do inquérito. Stringuetta reforça que a principal motivação do crime era desentendimento entre vítima e mandante.
Conforme Só Notícias informou, Irene foi executada com oito tiros de pistola em 13 de abril de 2004, na porta do escritório. O marido dela também foi atingido. Na época, a advogada tinha 43 anos, e trabalhava em dois processos envolvendo grandes demandas de terras. Um em Aripuanã, com área de 45 mil hectares, pertencente ao empresário Euclides Dobri.
O segundo processo dizia respeito a uma gleba, que fica em Paranaíta, onde houve a revenda de áreas para pequenos agricultores por posseiros que estavam na propriedade.
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