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Banco de dados sobre pedófilos começa ser criado em MT

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Ana Cristina Costa da Silva, 8, foi a vítima mais recente de um pedófilo assassino na Grande Cuiabá. O criminoso que ainda não foi identificado e preso coloca outras crianças em risco já que a repetição da ação é uma das principais características deste tipo de maníaco. O fato é que a menina, aos 3 anos, foi vítima de abuso sexual e a investigação não evoluiu na época, indicando a dificuldade para se chegar a autores deste tipo de crime que envolve, na maioria das vezes, pessoas do convívio familiar ou muito próximas das vítimas. A Polícia começou, recentemente, a implantar um sistema de banco de dados, com informações sobre pessoas que foram acusadas ou figuraram como suspeitas em crimes envolvendo o abuso sexual de crianças na Capital.

As primeiras informações são abastecidas pelo Núcleo de Inteligência (NI) da Delegacia Especializada de Defesa do Direito da Criança (Deddica), informou a delegada Liliana Muratta, titular da especializada. A delegacia aguarda ainda a instalação de um software para melhorar o sistema. Um dos entraves é a falta de pessoal, pois o abastecimento das informações depende de 2 policiais, que atuam no núcleo, em investigações.

Liliana explica que, em média, a delegacia recebe 200 boletins de ocorrências mensais, relacionados à violência física ou psicológica contra crianças. Este ano já instaurou 330 inquéritos para investigar crimes de um total de mais de 700 que estão em andamento. Das denúncias que chegam à Deddica, 60% envolvem abusos sexuais contras vítimas. Mas ela lembra que existe um universo imensurável de crimes que nunca chegam a ser denunciados.

Em relação ao banco de dados, a ideia é reunir o máximo de informações, com nomes de suspeitos ou de pessoas que foram denunciadas por abusos contra crianças. As fontes são os boletins de ocorrências, investigação de policiais nas ruas, além das informações passadas por conselheiros tutelares que atuam em todas as regiões da Capital.

Mesmo de forma embrionária, as informações de bancos de dados são um passo importante para a investigação de um crime, principalmente quando existem poucas pistas, explica o delegado Antônio Garcia de Mattos, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que apura a morte de Ana Cristina. Tanto que uma das hipóteses que vem sendo investigada é a possibilidade do crime estar ligado a outros 2 abusos de meninas, ocorridos na região do Distrito Industrial, em 2009.

Na época um maníaco violentou 2 meninas e as abandonou justamente na região em que o corpo de Ana Cristina foi achado. Com base em informações das vítimas sobreviventes foi elaborado um retrato falado do suspeito, que nas duas ocasiões colocou as vítimas dentro de um veículo que usou para transportá-las.

No caso de Ana, existem fortes indícios que o crime tenha sido praticado em outro local e o corpo tenha sido jogado onde foi achado. O delegado não descarta a hipótese de se tratar do mesmo maníaco, que por algum motivo, neste ataque, acabou matando a vítima, possivelmente por asfixia

Há 5 anos a família da menina também havia denunciado a suspeita de abuso, quando exames comprovaram que ela sofreu lesão na região do ânus. Não apresentava lesões em outras partes do corpo e nem sofreu conjunção carnal.

 

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