A Polícia Civil de Mato Grosso descartou, hoje, que um juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Várzea Grande -que não quer ser identificado- tenha sido ameaçado de morte por policiais militares ligados ao tráfico e que foram condenados pelo magistrado.
O delegado titular do Grupo de Combate ao Crime Organizado, Flávio Stringueta, informou, em entrevista coletiva, que os 18 policiais citados pelo juiz foram investigados pelo Departamento de Inteligência da Polícia Civil e todos descartados, o que fez o foco atual mudar. “Todos foram investigados e a conclusão é que não há motivação clara e contundente por parte de nenhum deles para ter ameaçado o juiz. Agora, partimos para outro foco agora, que é divulgar o retrato falado da pessoa que foi até a chácara, encontrá-la e entender os motivos que o fizeram realizar tal ameaça”, disse o delegado.
Entre hipóteses levantadas pela Polícia Civil, estão as de que o rapaz poderia ser vizinho e ter problemas com o magistrado, ter uma antiga relação trabalhista ou ainda que o homem tenha algum parente que foi “prejudicado” pelo juiz. “Todas as possibilidades serão investigadas e precisamos, neste momento, da ajuda da sociedade para encontrar o sujeito. Essa é nossa prioridade e apenas através dele que poderemos entender o que ocorreu”, afirmou o delegado.
Conforme Só Notícias já informou, o juiz convocou a imprensa, mês passado, e denunciou que no dia 7 de janeiro, um rapaz chegou em sua casa perguntando para o caseiro se o juiz se encontrava. Como ele não estava, logo o homem foi embora, voltando em seguida com mais duas pessoas e “um recado de Santo Antônio do Leverger”.
O juiz acreditou, então, que a ameaça pudesse ser de policiais, devido ao ao fato de a cidade abrigar o presídio militar. A partir do fato, o magistrado pediu proteção ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso e não tem fixado residência. Um policial militar tem feito sua proteção e sua família tem um segurança privado à disposição.
Segundo o juiz, mesmo com as ameaças, seu trabalho não está sendo prejudicado e o único temor agora é em relação a sua mãe, de 83 anos, e a esposa. Ambas acompanham os passos do magistrado e também têm segurança. “Não penso em desistir da carreira e as ameaças não me intimidam, mesmo porque represento o Estado. A sensação de segurança aumenta e diminui a cada momento. O que eu gostaria é que o estado agisse de forma mais rápida”.
O magistrado anda com escolta de um policial e dois seguranças. Tem mudado de endereço constantemente.
(Atualizada às 13:54h)