A dona de casa Marcela Souza Cardoso, 26, confessou ter matado a bebê recém-nascida dentro do vaso sanitário após dar a luz. Em depoimento gravado no Pronto-Socorro e Hospital Municipal de Várzea Grande (PSHMVG), onde está internada e presa, ela afirmou à Polícia que nunca quis ter a filha e escondeu a gravidez do marido e familiares. Marcela confessou ter tomado chás abortivos para tentar interromper a gestação e relatou o parto realizado sozinha por cerca de 1 hora.
A confirmação da gravidez foi dada à delegada da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHHP), Anaíde de Barros. Em depoimento, Marcela contou toda a trajetória da gravidez e as dificuldades para manter a gestação em sigilo. Falava ao marido de infecções e irregularidades com a menstruação, que lhe indicava ir ao médico. Ela chegou a fazer o teste de gravidez, porém nunca apareceu para buscar o resultado.
Conforme relato da ré confessa, no momento do parto ela sentou no vaso sanitário, onde começou a expelir a criança. Ao dar a luz, a bebê caiu dentro do vaso e em seguida Marcela o fechou e deu descarga. Ela chegou a ver os pés durante a saída da recém-nascida, mas confirmou que a intenção era sempre se desfazer da bebê, pois não tinha vontade de ter mais filhos.
Após dar descarga, Marcela pegou a recém-nascida de dentro do vaso, enrolou em uma blusa e colocou dentro de uma sacola plástica, que mais tarde foi encontrada na calçada em frente à casa da família.
Em relação ao papel encontrado dentro da boca da bebê e que indicou a morte por asfixia pelo Instituto Médico Legal (IML), a delegada afirma que Marcela não soube dar explicações. A hipótese é de que a recém-nascida tenha se asfixiado com papel dentro do vaso sanitário.
Até a tarde de ontem, o marido de Marcela, Marcos Andrade, 38, afirmou que não sabia da gravidez e em visita à mulher no PS também ouviu esta versão. Marcela responderá por homicídio qualificado. Não foi constatada a depressão pós-parto.