Nove bares do município de Diamantino tiveram mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Civil com apoio da Polícia Militar, na operação "Afrodite", realizada ontem à tarde. Os locais, segundo levantamentos, são estabelecimentos comerciais de fachadas que na verdade atuavam como casas de prostituição e pontos de venda de drogas.
Todos os bares fiscalizados foram interditados pela polícia com autorização da Justiça. Oito dos proprietários foram presos por associação ao tráfico de drogas e casa de prostituição. Nenhuma das casas tinha licença ou alvará para funcionamento.
O delegado regional de Diamantino, Wilson Leite, informou que as investigações constataram nas casas, instaladas em uma área denominada de "Zona do Baixo Meretrício", no bairro Alvorada, a presença de adolescentes sendo aliciadas para a prostituição e exploração sexual. Os pontos, segundo ele, também considerados locais de alto índice de criminalidade e eram investigados em inquéritos policiais abertos depois de apreensão de menores, de drogas, objetos ligados a prática de vários delito e prisão em flagrante de pessoas realizando tráfico de entorpecentes.
A área, conforme a polícia, está voltada à prática de atividades ilícitas das mais variadas ordens, como prostituição, tráfico, brigas, refúgio de foragidos da justiça. Na localidade ocorreram quatro homicídios no mês de janeiro, todos relacionados ao tráfico de drogas.
O delegado municipal de Diamantino, Marcelo Graciano da Silva, presidiu todos os inquéritos, atos infracionais, termos circunstanciados e outros procedimentos que deram origem aos procedimentos. Cinco traficantes foram presos na localidade investigada.
Em um dos depoimentos, a mãe de uma adolescente de 17 anos conta que a filha parou de estudar depois que se envolveu com a venda de drogas. A garota foi apreendida várias vezes e conduzida à Delegacia da Polícia Civil. De acordo com mãe, a filha tinha outra amigas menores que frequentavam duas casas de prostituição, na região da "Zona de Baixo Meretrício", e que as donas aliciavam menores para venda de drogas. "Além da permissividade e condescendência com a frequência de adolescentes no local, verificou-se que os proprietários chegam a aliciar esses adolescentes a se expor e assumir como sendo de sua propriedade drogas apreendidas em poder de maiores", disse o delegado regional, Wilson Leite.
A prisão de Maurício dos Santos e Juscivaldo Ferreira, no dia 23 de novembro, por tráfico de drogas, levou a polícia a descobrir o aliciamento da filha da proprietária do "Bar da Boa", um menor de 17 anos, para assumir a droga apreendida com ele. A dona o bar, Luciane de Paula Neves, esposa de Maurício, é uma das presas na operação. "Fizemos primeiro o trabalho de prisão desses traficantes para caracterizar o tráfico e a utilização do local e depois confirmar a prostituição. No fundo, os bares eram fachadas para a prostituição e venda de drogas", finaliza o delegado.
Os mandados de busca e apreensão e a autorização de interdição dos estabelecimentos foram expedidos pelo juiz Luiz Fernando Voto Kirche.