A recuperação de um veículo Gol, placas NMY-2383, do Maranhão, roubado no dia 9 de fevereiro, e posteriormente clonado, levou os investigadores da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos Automotores da Polícia Civil, a desarticular, ontem, um esquema de extorsão, que resultou na prisão de três pessoas e na apreensão de uma menor. A polícia não identificou as identidades dos acusados de fazerem parte da quadrilha de extorsão que agia em Cuiabá.
Após o furto, a vítima registrou boletim de ocorrência de extorsão na delegacia e relatou que passou a receber algumas ligações exigindo o pagamento de R$ 3 mil em troca da devolução do veículo. O carro foi localizado em um lava-jato na avenida Felinto Muller, com o dono da empresa. Ao consultarem o Sistema de Informação de Segurança, os investigadores descobriram que o chassi estava adulterado e que o veículo era dublê de outro carro com as mesmas características que passou a usar a placa NPQ-6690, de Várzea Grande.
Os policiais apreenderam uma chave de ignição, um alicate, uma chave “L”, três pedaços de ferro em forma de pino, uma broca para furadeira, um carregador de celular, quatro celulares, uma máquina fotográfica e dois pneus com rodas, um CRLV (Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo Documento) em nome de um homem e um CRV (documento de compra e venda do veículo) em nome de uma mulher. O proprietário do lava-jato e mais três funcionários foram conduzidos à delegacia para prestarem esclarecimentos.
Mesmo depois da localização do carro, a vítima continuou a receber ligações exigindo dinheiro para devolvê-lo. Uma equipe da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, que designou uma equipe para simular o pagamento do resgate a fim de prender os suspeitos. Ontem à noite, houve as prisões e apreensões no bairro Marajoara, em Várzea Grande. Também foi pego o acusado que negociava o pagamento de resgate do Gol, autor do furto preso com o carro. Todos ficarão à disposição da justiça.
Após o furto, a vítima recebeu uma fotografia do carro em seu celular e passou a receber ligações exigindo R$ 3 mil em dinheiro para devolução do veículo. Mesmo com a prisão do primeiro suspeito, a vítima ainda continuou a receber as ligações de extorsão. Ela foi orientada pelo delegado Adriano Henrique Sanches e pela equipe de investigadores a marcar um encontro com a quadrilha, liderada por um detento da Penitenciária Central do Estado, conhecido como “Disnorteado”.
Depois de muitas negociações via telefone, o suspeito ordenou a vítima a se deslocar até a frente de um supermercado, localizado ao lado de um mini-estádio, no bairro Marajoara. Chegando ao local, vítima ligou para o suspeito, confirmando que já estava no ponto combinado e com o dinheiro para o pagamento. O acusado disse que mandaria uma pessoa buscar o dinheiro.
Depois de alguns minutos de espera, uma motocicleta Yamaha Factor 125, preta, placa NTY-9386, pilotada por uma das acusadas parou na esquina do supermercado e começou a falar ao celular. Em seguida, a jovem passou ao lado da vítima e do investigador disfarçado, estacionando a moto em outra esquina. A mulher foi a pé em direção a vítima que estava ao lado do policial disfarçado e ao se aproximar pediu que mostrasse o dinheiro. Novamente ela ligou para o comparsa dizendo que estava com a vítima e o dinheiro. Quando a mulher desligou o telefone, o policial civil deu voz de prisão, chamou o resto da equipe e prenderam mulher.
Na Delegacia, a acusada contou que o dinheiro seria entregue mais tarde para uma pessoa que passaria em sua casa ou receberia uma telefonema para informar onde deixar o dinheiro. O delegado Adriano Sanches pediu para ela ligar para o suspeito e marcar um encontro.
Os policiais se deslocaram junto com a presa ao local combinado, um supermercado no bairro Jardim Marajoara. Um dos investigadores percebeu quando duas jovens viram o policial próximo a acusada e saíram correndo do local, sendo detidas do lado de fora do estabelecimento.