Treze índios da etnia Munduruku foram autuados por resistência e desobediência no conflito com policiais federais na região de Alta Floresta, na quarta-feira (7), durante a Operação Eldorado. Dezessete prestaram depoimento, ontem, na delegacia da Polícia Federal de Sinop. A assessoria da PF informou, ao Só Notícias, que quatro não foram autuados por serem menores. Uma fiança no valor de um salário mínimo foi fixada para serem liberados, no entanto, como não tinham condições, acabaram sendo soltos da mesma forma. Todos retornaram para aldeia deles esta manhã. Pelo menos três espingardas foram apreendidas.
O teor dos depoimentos dos índios não foi revelado, nem qual será o próximo passo das investigações. O confronto aconteceu quando policiais federais foram desativar uma balsa que estava extraindo ouro irregularmente na aldeia. Os índios teriam sido contrários e reagiram, sendo dois deles feridos (transferidos para o Pronto Socorro em Cuiabá, que não informou o estado de saúde de ambos). Quatro policiais também ficaram feridos, mas passam bem. Um outro índio que estava desaparecido foi encontrado, morto, no rio. Ainda não está confirmada a causa de seu óbito.
O Ministério Público Federal encaminhou, ontem, ofício à presidente da Fundação Nacional do Índios (Funai), Marta Maria do Amaral Azevedo, e ao superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Cesar Augusto Martinez, solicitando informações sobre o que ocorreu, ontem, entre policiais e indígenas durante a operação.
Conforme Só Notícias já informou, a operação foi suspensa Desde que foi iniciada, já resultou em 16 prisões – inclusive de 2 empresários em Cuiabá – por envolvimento na compra de outro retirado de garimpos clandestinos em Mato Grosso. A estimativa é que a retirada ilegal de ouro tenha rendido cerca de R$ 150 milhões.