Investigações da Polícia Federal apontam que uma empresa, sediada em Cuiabá, teria movimentado pelo menos R$ 150 milhões, desde 2010, com o esquema de extração ilegal de ouro em Mato Grosso. O delegado Wilson Rodrigues, à frente da operação Eldorado, deflagrada hoje para desarticular a quadrilha, apontou que o minério era extraído de uma área não autorizada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), ligado ao Ministério das Minas e Energia. Dezenove pessoas já foram presas, sendo dois empresários de Mato Grosso, além de 23 quilos ouro apreendidos.
A empresa em Mato Grosso também operaria na bolsa de valores e o braço financeiro seria “sediado” em São Paulo. Notas frias seriam utilizadas para “esquentar” o produto tirado de reservas naturais e manter o esquema. Pelo menos 40 mil delas, que foram analisadas, davam sustentação a fraude, além de Mato Grosso, no Pará e Rondônia. As investigações continuam no Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, segundo o MidiaNews.
Conforme Só Notícias já informou, ao todo, a Justiça Federal de Mato Grosso expediu 28 mandados de prisão temporária, oito mandados de condução coercitiva e 64 mandados de busca e apreensão na operação. Mais de 300 policiais federais estão envolvidos no cumprimento dos mandados judiciais, bem como outros 80 diretamente nos locais onde eram extraídos os metais preciosos, além de Fiscais do Ibama, que participam da investigação desde o início.
As investigações tiveram início em fevereiro deste ano e foram desenvolvidas pela Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos, ficando constatado que, além dos crimes ambientais praticados (exploração ilegal de recursos minerais, destruição de áreas de preservação permanente e poluição), a organização criminosa cometeu também crime contra a ordem econômica (usurpação de bens da União), contra o Sistema Financeiro Nacional e lavagem de dinheiro.
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