O Ministério Público Estadual, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), ofereceu, hoje, denúncia contra o líder da quadrilha que praticou assalto, na modalidade “Novo Cangaço”, na agência do Banco do Brasil de Canarana (Araguaia). João Rodrigues do Nascimento Júnior, vulgo “Gordo do Irerê”, que atualmente encontra-se no Presídio Regional Paulo Afonso, na Bahia, irá responder pelos crimes de formação de quadrilha, porte ilegal de artefato explosivo, roubo duplamente e triplamente qualificados, sequestro e porte de arma de fogo de uso proibido.
Consta na denúncia, que os crimes ocorreram no dia 3 de abril deste ano. Na ocasião, o líder da quadrilha e mais oito pessoas, não identificadas, invadiram a cidade, provocando momentos de terror à população. A primeira ação do grupo foi praticada por volta das 23h contra dois policiais militares que faziam ronda na cidade e resultou na subtração de duas pistolas calibre 40, 75 munições de mesmo calibre, cinco carregadores e um colete a prova de balas. Na sequência, eles ainda sequestraram mais um casal que estava em um veículo Fiesta.
“De posse das armas, os bandidos, que estavam em um veículo Tucsson, obrigaram as vítimas a se dirigirem à agência do Banco do Brasil, onde, sob mira de armas e de forte intimidação, permaneceram com suas liberdades restringidas e foram utilizadas como escudos humanos, enquanto os criminosos explodiam e assaltavam a agência bancária”, explicou o promotor de Justiça Arnaldo Justino da Silva.
“Logo depois de terem acionado engenho explosivo que causou severos abalos na estrutura predial da agência do Banco do Brasil e subtraírem a quantia disponível, os criminosos determinaram aos reféns/escudos-humanos que entrassem na viatura da PM e no veículo Tucsson. Em seguida, empreenderam fuga pela Rodovia MT 100. Em um determinado trecho da rodovia, os criminosos pararam os veículos e atearam fogo na Tucsson, liberaram os reféns e continuaram a fuga com a viatura, que acabou sendo abandonada na sequência”, contou o promotor de Justiça.
Segundo o representante do Ministério Público, o veículo Tucsson, utilizado pela quadrilha, passou por revisão em uma oficina no município de Barra do Garças, dias antes do assalto. Os reparos foram contratados pelo líder do grupo que também foi visto outras vezes em um posto de combustível e em agências bancárias de Barra do Garças e Confresa.
“Após ter realizado o conserto do veículo, uma oficina de Barra do Garças, o acusado, acompanhado do mecânico, foi realizar testes na rodovia BR 070, KM12 para confirmar se o conserto havia sido realizado a contento e acabou sendo autuado pela Polícia Rodoviária Federal por imprimir velocidade incompatível com o trecho trafegado”, acrescentou o promotor de Justiça.
Na denúncia, o MPE destaca que não existe no sistema de informações da segurança pública nenhuma queixa de roubo ou furto de referido veículo. “Sem sombra de dúvidas, o denunciado esteve na região, dias antes, realizando todo o reconhecimento do local a ser assaltado, não havendo qualquer dúvida que, depois do reconhecimento, participou das ações que resultaram nos crimes denunciados”, disse Silva. Junto com a denúncia, o MPE efetuou o pedido de prisão preventiva do acusado.