Dois grupos que comandavam a extração ilegal em uma fazenda de mata fechada, na região de Nova Mutum, foram presos pela Polícia Judiciária Civil, ontem, com mais de 250 toras de várias espécies de madeira. Oito pessoas foram presas em flagrante pela Delegacia Especializado do Meio Ambiente (Dema) com apoio de policiais da Delegacia de São José do Rio Claro. O dono da fazenda também será indiciado por formação de quadrilha. Ele havia vendido a madeira que era extraída irregularmente.
Por duas vezes policiais civis vistoriam a área da fazenda, a 130 quilômetros de Nova Mutum, para averiguar denúncia de extração ilegal de madeira. Na primeira, no ano passado, os policiais não conseguiram flagrar a ação de duas quadrilhas que agem na floresta. Nesta semana, ao retornarem a fazenda flagraram ação dois grupos distintos derrubando madeiras em extremidades opostas da fazenda.
Em uma ponta foram presos S.F., F.A.G. e R.X., com dois caminhões e um trator utilizado para derrubar as árvores. Um dos caminhões já estava com as toras na carroceria e outro era carregado quando os policiais chegaram à clareira. Do outro lado da fazenda, os policiais prenderam A.F. e seu filho C.F., M.S., E.R.D. e V.R., com duas carretas bitrem, 1 trator, uma caminhonete F-1000, duas motocicletas e 1 motosserra. As toras que ainda estavam no chão seriam colocadas nas carretas e levadas para a região Médio-Norte e Norte do Estado.
Segundo um dos investigadores, que esteve na fazenda, os grupos agem de forma discreta, abrindo pequenas clareiras apenas para os caminhões passarem e adentram na mata fechada cortando árvores que depois são arrastadas até os caminhões.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, a extração ilegal de madeiras da fazenda é comandada por uma pessoa da região de Sinop, que vem financiando o corte sem permissão de árvores para abastecer madeireiras que fomentam o desmatamento ilegal da floresta.
Conforme o delegado Carlos Fernando Cunha os presos foram autuados em flagrante na Lei de Crime Ambiental 9.605/98 – transporte ilegal de madeira, desmatamento, extração de madeira sem licença, além de falsificação de documento público, uso de documento falsificado e formação de quadrilha.
Foram dois flagrantes, um com três pessoas, que não tinham documento da madeira e foi arbitrado em fiança para cada um dos presos. "Simplesmente não tinham documento algum, mas vão responder por crimes ambientais e formação de quadrilha", disse o delegado Cunha.
O segundo grupo, com cinco pessoas, permanecem presos, pois estavam usado Guia de Transporte de Floresta do município de Nova Mutum falsa, para retirar a madeira da área.
O dono da fazenda G.F., 87 anos, denunciou o furto de madeira nas Delegacias de Nova Mutum e São José do Rio Claro. Mas na verdade era ele quem estava comercializado clandestinamente a madeira. Ele será indiciado por formação de quadrilha. "Isso tudo era uma fraude que estava usando para comercializar madeira ilegal", explica o delegado.
Os presos confessaram que tinha um ‘contrato de gaveta" que os autorizavam a entrar na fazenda e extrair a madeira comprada por R$ 100 mil do fazendeiro.
O fazendeiro chegou a denunciar o delegado de São José do Rio Claro, Romildo Grota, na Corregedoria da Polícia Civil, por não estar investigando o suposto furto de madeira de sua fazenda, com a intenção de fugir da fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente.