A Polícia Judiciária Civil concluiu, hoje, os trabalhos de investigação da operação "Troia", iniciada no final de abril, depois da prisão de uma policial militar, que atuava na guarda e revista feminina de visitantes da Penitenciária Central do Estado (PCE). A investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE) cumpriu nesta manhã, cinco mandados de prisão preventiva contra reeducandos, acusados de serem chefes do tráfico de drogas instalado dentro da Penitenciária Central e no presídio feminino Ana Maria do Couto May. Eles são os detento M.L.S, conhecido como "Marcinho do PCC", E.O., R.S.L., W.C.S e R.M.C.
Os policiais ainda cumpriram dois mandados de busca e apreensão em residências de familiares de dois dos principais detentos. Um na casa da mulher do "Marcinho do PCC", no Residencial Milton Figueiredo, na saída para Chapada dos Guimarães e outro na residência da filha de outra preta, no bairro Jardim Florianópolis, ambos em Cuiabá. Nas casas, foram apreendidos documentos de movimentações bancárias, celulares e vários carregadores.
Segundo as investigações, por telefone, os presos comandavam o tráfico de drogas dentro e fora da cadeia. Eles recrutavam servidores públicos que trabalham nas unidades para facilitar a entrada de drogas nas cadeias. "Foi assim que identificamos a soldado. A movimentação do tráfico era grande e assim eles se mantinham no comando dentro dos presídios", disse delegada titular da DRE, Alana Cardoso. "Essas pessoas que tiveram mandados de prisão cumpridos ainda serão interrogadas para concluir o inquérito policial", acrescentou.
"Eles se articulam dentro e fora e tentam cooptar servidores para facilitar a entrada de drogas nos presídios. Descobrimos esse vínculo existente entre essas pessoas, que por estarem presas se acobertam atrás da prisão, achando que a polícia não vai investigá-las", complementou a delegada Juliana Chiquito Palhares, adjunta da Delegacia de Entorpecentes. Além de policiais da DRE, a operação teve o reforço de investigadores da Gerência de Operações Especiais (GOE) e de cães farejadores do canil da Especializada.
Prisão da soldado
A policial C.C.E 28 anos, foi abordada no dia 29 de abril, quando descia de um mototáxi, na rua lateral da Penitenciária Central do Estado, com uma mochila contendo dois quilos de maconha e um celular dentro, que seriam entregues a reeducandos da unidade prisional. Com ela, os policiais da Delegacia Especializada de Entorpecentes (DRE) encontram também R$ 550, na carteira, e mais R$ 1,4 mil em sua residência no bairro Morada da Serra, além de duas porções de maconha e cocaína, que estavam na casa.
Segundo as investigações, o dinheiro encontrado com a policial seria proveniente do tráfico dentro do presídio, de drogas já repassada aos detentos. A policial disse que para cada quilo entregue recebia R$ 1 mil.