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Latrocínios aumentam em 500% em município de Mato Grosso

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O número de crimes de latrocínio, em Várzea Grande, aumentou 500% nos três primeiros meses deste ano, se comparados ao mesmo período de 2011. Segundo estatísticas da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, enquanto de janeiro a março do ano passado, apenas uma pessoa havia sido vítima de roubo seguido de morte, este ano os números saltaram para 6 ocorrências.

O fato é que além do aumento expressivo da violência, as vítimas estão reagindo às ações criminosas, na tentativa de fazer a Justiça com as próprias mãos. Segundo o delegado adjunto Carlos Américo Marchi, da Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá, pesquisas criminais revelam que de cada 16 crimes em que há a reação de uma vítima, apenas um caso tem êxito no resultado final. "Há uma indignação, por parte da população, em aceitar ser roubado ou furtado".

Exemplo desta situação foi o crime ocorrido no bairro Jardim Paula II, em Várzea Grande. No mês de fevereiro deste ano, por volta das 6h30, 3 homens armados invadiram a residência de Ambrósio Monteiro Maia, 66. No local, os assaltantes roubaram cerca de R$ 2 mil, porém, não satisfeitos com a quantia em dinheiro, agrediram a vítima com coronhadas e chutes, e, posteriormente, o mataram com disparos de arma de fogo. Ao tentar fugir do local, 2 assaltantes atiraram contra outras três pessoas, que passavam pela rua. Nenhuma delas ficou ferida.

Ao perceber a movimentação, um dos vizinhos de Ambrósio, Raimundo Fagundes, 53, tentou perseguir os ladrões em um veículo Parati. Um dos criminosos atirou contra o carro, com a intenção de despistar o homem, que acabou colidindo contra um muro de uma residência. O mesmo assaltante retornou ao local do acidente e matou Raimundo, que agonizava devido aos ferimentos causados com a colisão.

O caso, que já teve as investigações conclusas, apontou como acusados Jefferson da Silva, vulgo "Jefinho", e Ewerton Gustavo Rondon Carvalho, o "Cabeção". Além do crime de latrocínio, Jefferson irá responder também por tentativa de homicídio e emprego indevido de arma de fogo, e Ewerton por homicídio qualificado.

Considerado crime contra o patrimônio, já que é um delito derivado do roubo, o latrocínio prevê pena de 20 anos a 30 anos de prisão. Marchi explica que as investigações nestes casos acabam sendo prioridades em relação a outros crimes, pois envolvem vítimas fatais. Além disso, ele destaca que os delitos de roubo seguido de morte são, em sua maioria, elucidados pela Polícia Civil.

Das características do latrocínio, o delegado informa que os criminosos agem, na maioria dos casos, junto a outros comparsas. Nestes grupos existem a presença do chamado ‘executor de reserva", pessoa que participa do delito, mas que se mantém armada e camuflada junto à população para executar a vítima, caso a mesma reaja.

Ele destaca ainda que estes criminosos têm, em grande parte dos casos, idade superior a 18 anos, porém não descarta a participação de menores de idade. Já em relação às vítimas, Marchi informa que pedestres são os principais alvos destes criminosos. Em seguida estão as residências e em terceiro lugar os comércios em geral.

Para o delegado, o alto índice de violência é reflexo da falta de investimento nos setores sociais e na educação. Segundo ele, é necessário a existência de escolas de qualidade, que possuam no mínimo 8 horas diárias de carga horária, para que o estudante deixa a instituição com boas perspectivas para o futuro. "É um investimento que precisa ser iniciado com urgência, pois os resultados são a longo prazo".

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