A Polícia Civil de Colíder (160 quilômetros de Sinop) realizou, ontem, a transferência dos dois adolescentes que assassinaram o engenheiro Geison Fabrício, 25 anos, no sábado (14). Em entrevista ao Só Notícias, o delegado Sylvio do Vale Ferreira Junior preferiu não revelar para qual unidade os menores G.E.S., 16 anos, e A.V.L., 17 anos, foram transferidos. Os adolescentes foram apreendidos, no final de semana, por policiais civis e militares, pouco tempo depois de cometer o crime.
A medida foi tomada após a justiça acatar ação dos defensores públicos Jorge Alexandre Felipe Viana Munduruca e Fernando Marques de Campos, que atuam no núcleo de Colíder, pedindo a interdição da delegacia e determinando que presos provisórios e civis, bem como menores infratores, não mais permaneçam segregados no local.
A tutela antecipada foi concedida liminarmente pelo juízo da 3ª Vara Criminal do município, determinando que o Estado providencie, em um prazo de 48 horas, a transferência dos presos provisórios atualmente recolhidos na unidade da Polícia Civil para cadeias públicas.
O Sylvio disse que a delegacia tem duas celas e atualmente estão sete adultos. Além dele, a unidade conta com o trabalho de cinco investigadores e pertence a regional de Alta Floresta. No município não há presídio masculino, apenas uma cadeia feminina com capacidade para 60 reeducandas.
Conforme Só Notícias já informou, o assassinado do engenheiro causou comoção na cidade em razão dos menores estarem soltos depois de praticar vários crimes na região. O último, ocorrido por volta das 5h de sábado, vitimou o engenheiro. Ele foi abordado pelos adolescentes quando chegava na residência em uma caminhonete GM S-10. O engenheiro teria reagido e um dos menores quebrou uma garrafa a cabeça da vítima, que desmaiou.
Em seguida, os menores colocaram a vítima no banco traseiro da caminhonete e seguiram até uma região, na zona rural. No local, retiraram a vítima do veículo e atiraram três vezes na cabeça do engenheiro, um tiro em cada olho e outro na parte de cima da cabeça. O engenheiro foi encontrado, ontem, com o revólver usado no crime, próximo ao corpo.
Conforme o delegado, os adolescentes retornaram com a caminhonete para a cidade, até que um colega de trabalho da vítima reconheceu o veículo estacionado em uma casa e comunicou o desaparecimento do engenheiro à polícia. O delegado Sylvio disse que no mesmo dia, o adolescente de 17 anos se apresentou à delegacia e informou que sabia do latrocínio, mas alegou não ter envolvimento. Mesmo negando, o menor acabou informando o local onde estava o corpo e a caminhonete.
De acordo com o delegado, imagens do circuito de segurança do posto, próximo onde o engenheiro foi abordado, ajudaram a identificar o segundo menor. “No domingo ele foi localizado pela Polícia Militar e confessou o crime”, disse por meio da assessoria.
Segundo o delegado, após a apreensão do menor, o primeiro que havia se apresentado, também confessou a participação no roubo seguido de morte. “Eles contaram a brutalidade do crime. Representamos pela internação desses menores, que já tinham sido apreendidos antes por todos os tipos de crimes e estavam soltos na cidade”.