O delegado João Bosco Ribeiro e a investigadora Glaucia Cristina Moura Alt prestaram depoimento, ontem, aos membros da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e à Corregedoria da Polícia Judiciária Civil. Bosco negou o envolvimento nos crimes. Ele e a mulher respondem criminalmente por associação ao tráfico e corrupção passiva. Ambos estão presos desde quinta-feira (27), quando foi deflagrada a operação “Abadom”. De acordo com as investigações, o casal era responsável pela cobrança de dinheiro para proteger traficantes e impedir a prisão de chefes do tráfico de drogas em Mato Grosso. Durante a ação da PJC, 7 pessoas foram detidas.
Segundo o advogado do casal, Paulo Taques, João Bosco prestou declarações no início da manhã de ontem e além de negar o envolvimento no caso, chegou a apresentar versões sobre sua participação nas gravações obtidas pela Polícia Civil. O advogado não apresentou detalhes sobre o depoimento. Sobre as justificativas apresentadas por Glaucia, Taques destacou que até o início da noite ela ainda prestava depoimento à DRE. Bosco continua detido na sede da Polícia Interestadual de Mato Grosso (Polinter), mas a defesa já pretende ingressar com habeas corpus para que ele responda pelos crimes em liberdade.
As investigações da Abadom tiveram início em dezembro de 2012, quando na época ainda se investigava uma rede de distribuição de drogas em Mato Grosso. O fato é que durante os procedimentos Bosco e Glaucia passaram a figurar como envolvidos no grupo investigado.
A delegada da DRE, Alana Cardoso, informou que há suspeitas de que mais agentes de segurança participem do esquema. As investigações continuam para identificar outros policiais envolvidos.