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Delegada diz que delegado preso recebia “vantagens para proteger traficantes”

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A delegada Alana Cardoso, da Delegacia Especializada de Repressão ao Entorpecente (DRE), explicou, esta manhã, como funcionava a organização criminosa montada visando o tráfico de drogas no Estado. A quadrilha foi desmontada pela “Operação Abadom”, realizada hoje, e culminou na prisão do delegado titular da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), João Bosco de Barros (foto), e da mulher dele, uma investigadora da Polícia Civil.

Segundo Alana, eles são suspeitos de receberem vantagens financeiras, mediante extorsão, para dar proteção a uma quadrilha de traficantes de Várzea Grande. “Esses dois policiais recebiam vantagens de um dos líderes desse esquema para dar proteção aos bandidos e negociavam a liberação dos traficantes”, ressaltou a delegada, em entrevista coletiva.

Dos 11 mandados de prisão expedidos apenas um não foi cumprido. Ele se encontra foragido e seria um dos três “cabeças” da organização responsável pela distribuição de material entorpecente em Cuiabá, Várzea Grande e região. A droga, geralmente pasta base de cocaína, vinha da Bolívia.

A delegada afirmou que o nome do delegado e da investigadora apareceram em duas etapas das investigações. A primeira foi em março, quando os policiais da DRE tentavam localizar um dos alvos da operação. No entanto, o traficante acabou nas mãos dos dois. Segundo a delegada, os suspeitos e as drogas apreendidas. Em maio, outra situação parecida.

A delegada ressaltou que os policiais não eram alvos das investigações e que descoberta da participação deles foi um “incidente”.

Outro lado
Bosco, que está preso na Polinter, negou qualquer participação no esquema. “Tudo isso é mentira. Estou acatando a decisão (da prisão) e, no final, vou provar a minha inocência”, afirmou, ao MidiaNews.

A investigadora também negou a participação no esquema criminoso.

A Corregedoria Geral da Polícia Civil acompanhou a operação. Conforme Só Notícias já informou, as investigações iniciaram há sete meses com a prisão em flagrante de uma pessoa na rodoviária de Várzea Grande. A partir desse flagrante, a Delegacia de Entorpecentes foi reunindo provas que levaram a identificação da quadrilha.

O nome “Abadom” refere-se a ruína e destruição que as drogas causam nos usuários e família.

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