Mesmo se localizada, Ida Verônica Feliz, 8, sequestrada há 12 dias em Cuiabá, pode não retornar ao país. O temor da Polícia Civil de Mato Grosso, que acompanha o caso e tem fortes indícios de que a garota esteja na Itália, se baseia na nacionalidade da menina. Filha de pai italiano e mãe dominicana, nascida no país europeu e registrada no Caribe, ela não tem nenhum processo de naturalização em andamento.
Delegado-chefe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Flávio Stringueta ressalta que não será fácil convencer algum juiz italiano em autorizar a volta da garota ao Brasil. “Isso é algo preocupante, porque ela só fala português, só conhece Cuiabá e tem um vínculo familiar com as pessoas que a criam desde os 3 meses de vida”.
Stringueta reconhece que seria um dever da Justiça italiana assegurar este retorno, uma vez que existe, no Brasil, um processo que suspende os poderes pátrios de Pablo Mila no Escarfulleri, 46, Élida Isabel Feliz, 35, e o país europeu possuir tratados internacionais. “Será uma longa e árdua batalha jurídica, envolvendo uma série de fatores”.
Certo mesmo é que, caso a Interpol, que já investiga o caso, localize Élida ela será presa e deportada para o Brasil. Isso porque já está com a polícia internacional o mandado de prisão, expedido pela Justiça de Santa Catarina, contra ela, após o descumprimento de obrigações resultantes na progressão de regime. Ela havia sido condenada a 10 anos de prisão por tráfico internacional de drogas.
Aqui no Brasil, os policiais ainda buscam pistas que podem identificar 2 suspeitos de participação no crime. Um, que levou a menina da casa onde ela mora com a mãe e as irmãs adotivas, na região central de Cuiabá e outro que, de Matupá (695 km ao norte da Capital), passou uma mensagem pedindo a saída da Polícia do caso, para despistar a família.
Os trotes, aliás, tem atormentado a família brasileira de Verônica. Na última semana, um adolescente de 17 anos chegou a ser apreendido após tentar aplicar um golpe. Ele exigia o pagamento de R$ 20 mil em troca da garota que, segundo ele, estava em seu poder. Identificado e ouvido, negou ter sequestrado a menina e confirmou que tentava aplicar um golpe na família. Qualquer informação sobre a menina ou os sequestra- dores pode ser passada pelo 197.