Condenado a pena de 25 anos de prisão por estupro de vulnerável, praticado contra as quatro filhas com idades de 6, 9, 13 e 15 anos, um presidiário de 61 anos, morreu ontem, vítima de parada cardíaca, no Pronto-Socorro Municipal de Várzea Grande. Ele estava preso na cadeia do município e sofria de hipertensão necessitando de tratamento médico constante. A Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), que administra o sistema prisional de Mato Grosso afirma que o detento se encontrava em dia com o receituário médico.
O estuprador, de acordo com a Sejudh, passou mal na manhã deste sábado e foi encaminhado ao Pronto-Socorro às 8h45, mas morreu duas horas depois. A morte ocorreu após o presidiário ter recebido atendimento médico. O preso era natural de Guarantã (SP) e teve o corpo encaminhado ao Instituto Médico Legal de Cuiabá (IML) onde aguardará os familiares para a liberação.
A Sejudh afirma que a morte do preso não tem nenhuma relação com o movimento grevista dos agentes penitenciários deflagrada no dia 4 deste mês em busca de melhorias trabalhistas e sem prazo para terminar. A pasta também nega que tenham faltado medicamentos para o tratamento do estuprador dentro da cadeia.
Entenda o caso: O acusado foi preso em abril de 2010 no bairro da Manga, em Várzea Grande onde residia com a família, após ter a prisão temporária decretada por 30 dias pela Justiça. Ele era acusado de estuprar 4 filhas, mas na ocasião da prisão, apenas as adolescentes de 13 e 15 já haviam confirmado os abusos praticados pelo pai. A adolescente de 15 anos disse que era abusada por ele desde os 8 anos. Porém, ele não as penetrava para não ser descoberto, mas fazia de tudo com as vítimas, como atos libidinosos e sexo oral.
A família morou durante vários anos no interior de São Paulo – nas cidades de Jaú, Bauru e Gália e depois se mudou para Mato Grosso do Sul e também para Rondônia até chegar em Várzea Grande em fevereiro de 2010 numa Kombi que era a moradia de toda a família na região do Zero Quilômetro. Depois de pedir ajuda nos jornais e televisão conseguiu a doação de uma casa, bem como a mobília.
A filha mais velha resolveu fugir e denunciou o pai contando detalhes de como os abusos eram praticados por ele contra ela e as outras 3 irmãs. Ao ser denunciado, o acusado chegou a alegar na delegacia que não podia ser preso porque tinha problemas de saúde. O delegado responsável pelo caso desconsiderou o argumento e pediu a prisão que foi deferida pela Justiça.
Ele foi condenado a 25 anos de prisão em regime fechado pelo crime de estupro de vulnerável. O processo tramitou na Vara Especializada de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Várzea Grande. No final de junho de 2010, a esposa dele, de 33 anos, voltou para Sao Paulo com os 6 filhos do casal. Ela voltou para a casa de parentes e a passagem foi paga pela prefeitura de Várzea Grande, a pedido do Conselho Tutelar.