O diretor da cadeia de Sorriso, Francisco Pynard, acionou a Defensoria Pública para que apure o princípio de motim, que ocorreu na segunda-feira (8). Ele disse, em entrevista ao Só Notícias, que detentos já foram ouvidos e relataram que a incitação ao movimento teria partido de um único agente, além de terem contado estar sofrendo torturas no local. Apesar disso, preferiu não dar mais detalhes para que os trabalhos não sejam prejudicados.
Policiais militares e agentes prisionais controlaram o princípio de motim. Pelo menos dois disparos de munição não letal foram feitos para conter a situação. Um detento, atingido, precisou ser retirado para cuidados médicos. O boletim de ocorrência aponta que o movimento teria começado na saída para o banho de sol, quando um grupo de reeducandos se aglomerou no corredor que dá acesso à área, impedindo a passagem dos demais. Um agente chegou a argumentar para que parassem, não sendo atendido e ainda desacatado.
Em um outro boletim de ocorrência, pelo menos 15 agentes relataram que o diretor teria quebrado um acordo com eles, que estão em greve, para que o banho de sol acontecesse “de duas em duas celas”, por motivos de segurança. Contaram que comunicados sobre como funcionaria, os detentos não teriam gostado e fizeram ameaças, o que foi comunicado a Pynard. No entanto, segundo os agentes, o mesmo teria incitado os presos contra eles, afirmando que não poderiam confiar no que a maioria deles falava.
Conforme Só Notícias já informou, o diretor negou os apontamentos feitos pelos agentes prisionais no boletim de ocorrência e disse que tudo aconteceu “de forma inversa”.