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Crimes virtuais crescem 60% em 1 ano no Estado

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O número de crimes virtuais em Mato Grosso registrou, em 1 ano, aumento de mais de 60%. O crescimento é verificado com maior intensidade no interior do Estado e pode ser explicado pela expansão da internet em municípios menores, aliado com o ingresso de cada vez mais pessoas na rede mundial de computadores. Autoridades e especialistas acreditam que as mudanças na legislação, como a entrada em vigor, nesta terça-feira (2), da Lei "Carolina Dieckmann", que tipifica 3 crimes, são um avanço, mas que ainda há muito o que se caminhar para que seja possível punir com rapidez e eficiência os criminosos. Em Cuiabá, tais crimes também cresceram, pouco mais de 25%.

Delegado responsável pela Gerência Especializada em Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), órgão da Polícia Civil de Mato Grosso, Anderson Veiga explica que a popularização de dispositivos ligados à internet, como o barateamento do preço dos computadores, notebooks, tablets e smartphones, tornou a internet campo fértil para a ação de criminosos. "No mundo exterior, as pessoas conhecem de cor cuidados que devem ser tomados e o mesmo não ocorre no mundo virtual. Tudo ainda é muito novo, se considerarmos que a internet chegou à população há apenas 20 anos".

Veiga salienta que ainda faltam muitos cuidados primordiais, sobretudo aqueles ligados à intimidade e aos dados pessoais. "Agora é que há uma preocupação por parte de quem usa estes dispositivos de saber como se comportar na rede".

Das 2.311 ocorrências registradas no ano passado em Mato Grosso, um dado chama a atenção. De cada 10, 4 se referem a apenas 2 crimes, estelionato e ameaça, os mais comuns quando se trata de internet. O estelionato praticado nas redes visa a obtenção de forma fraudulenta de dados pessoais dos clientes para a realização de transferências bancárias e a compra de produtos, também via internet. Neste sentido, a deflagração da operação "Orion", feita em conjunto pela Gecat e pela Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá (Derf), mostra de forma emblemática como agem este tipo de criminoso.

Deflagrada em fevereiro do ano passado, a operação desarticulou uma quadrilha acusada de aplicar golpes pela internet que obteve dados bancários de correntistas das 5 regiões do Brasil. Ao todo, 10 pessoas foram presas, duas delas em flagrante, e 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. As investigações apontaram que foram desviados recursos de 165 contas bancárias e 447 tentativas de invasão.

O golpe consistia na criação de uma página falsa, feita com base em uma original do Banco do Brasil, que solicitava a atualização de dados cadastrais. O aplicativo era enviado por e-mail a milhões de pessoas, prática conhecida como pishing. Enganados, os correntistas digitavam os dados bancários, inclusive senhas, na falsa página. Ao terminar o processo, uma mensagem de que os servidores estavam em manutenção aparecia na tela e um link para acesso à verdadeira página do banco aparecia, o que dificultava a percepção da fraude.

Em um golpe semelhante a este caiu a aposentada
M.J.S.M., 69, moradora do interior do Estado. Pensando que teria que se recadastrar junto à Receita Federal do Brasil (RFB), ela digitou em um formulário encaminhado por e-mail todos os seus dados pessoais e bancários. "Parecia tudo tão perfeito que nem desconfiei".
Ao contar para o filho o que havia feito, foi orientada a procurar uma delegacia de Polícia, mas já era tarde. Os criminosos haviam feito um financiamento, compras e sacado dinheiro de sua conta bancária, prejuízo que ela não revela o valor. O delegado-chefe da Gecat esclarece que nenhum órgão público ou instituição financeira faz qualquer contato exclusivamente por e-mail. "Não há notificação, intimação ou recadastramento que seja feito por estes e-mails".

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