Um recente levantamento divulgado pelo Ministério da Justiça aponta que em Mato Grosso não há coletes balísticos e algemas suficientes para atender a quantidade de policiais ativos, tanto na Civil quanto na Militar. Na primeira, foram identificados 2.616 profissionais, que contam com 1.675 coletes e apenas 400 algemas. Já entre a Polícia Militar, foram relacionados 6.982 ativos, sendo que há apenas 2.322 coletes e 500 algemas. Eles ainda “contam” com 20 escudos e 65 capacetes.
O cenário mato-grossense em alguns aspectos é oposto ao analisado em outros estados, como Espírito Santo e Paraná, por exemplo. Somente entre a PM no primeiro estado citado, há cerca de 7,9 mil policiais para 12,1 mil coletes balísticos. Já no segundo estado, são 17,2 militares para 21,5 mil coletes a prova de balas.
Os números fazem parte de um estudo elaborado no ano passado e que leva em consideração as informações apuradas em 2011. Eles foram divulgados na última terça-feira (19) e confirmam, segundo o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, que a falta de gestão em segurança pública é um problema maior do que a carência de recursos na área. “É claro que a segurança pública precisa de dinheiro. E não de pouco [dinheiro], mas eu ousaria dizer que, historicamente, no Brasil, um dos principais problemas das políticas de segurança pública tem a ver com a gestão”, disse. Eduardo acrescentou ainda que “o empirismo da falta informações precisas resulta em ações mal-sucedidas e desperdício de dinheiro público. Historicamente, gasta-se mal o pouco dinheiro que se tem”, pontuou.
O levantamento traça um perfil das instituições de segurança pública e foi desenvolvimento pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do ministério. O objetivo, segundo anunciou o ministro, é orientar a formulação de políticas de segurança pública mais eficientes a partir de informações sobre criminalidade, efetivo, equipamentos e outras informações fornecidas pelos Estados.