A Corregedoria Geral de Polícia Judiciária Civil finalizou as investigações da prisão de dois policiais militares, um investigador de polícia e outros dois homens, em 23 de outubro desde ano, em Várzea Grande, quando foram flagrados com produtos roubados. No inquérito policial, foram indiciadas oito pessoas, três policiais e mais cinco pessoas ligadas ao roubo de um hotel, em Várzea Grande. Uma guarnição da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) prendeu, em flagrante, um investigador, um cabo e um soldado, além de dois homens.
Todos estavam em um caminhão-baú lotado de produtos (50 aparelhos de televisão de LED, diversos frigobares, entre outros) roubados do hotel a ser inaugurado em Várzea Grande. Todos continuam presos até agora.
O investigador de polícia escoltava em uma viatura o caminhão que levara os produtos roubados. Na viatura, foi encontrada caixa com uma porção de substância entorpecente e diversas munições de calibre restrito. Os conduzidos foram presos por suspeita de receptação, posse ilegal de munição de uso restrito, tráfico de drogas e formação de quadrilha. Também está envolvido no assalto o motorista do caminhão. Todos eles tiveram mandados de prisão preventiva decretados e cumpridos pela Polícia Civil. A última ordem de prisão foi cumprida no dia 5 de dezembro.
De acordo com corregedor auxiliar, Mário Dermeval Resende, que inicialmente acompanhou os trabalhos, havia suspeita de que os policiais estariam “desviando” a carga com os produtos roubados, embora argumentassem o contrário. “No ato da prisão os policiais alegaram que estavam levando os produtos para a Delegacia, ou seja, que estavam agindo de forma regular”, disse.
Depois de várias diligências e quebra de todos os álibis apresentados pelos indiciados, a corregedoria concluiu que realmente a carga era desviada, em razão das várias contradições apresentadas entre os indiciados, dados de quebra de sigilo telefônico e principalmente dados obtidos através do sistema de rastreamento da viatura utilizada pelo policial civil. "O trajeto percorrido pelo caminhão e viatura policial, especialmente o local onde foram abordados, a Estrada da Guarita, torna impossível a afirmação de que levariam os produtos para qualquer Delegacia, seja em Várzea Grande ou Cuiabá”, esclareceu o corregedor auxiliar, Luiz Henrique de Oliveira
Os produtos foram carregados em uma residência no bairro Jardim Maringá II, região do Parque do Lago, em Várzea Grande. Considerando a conexão existente com o assalto ocorrido no hotel, a corregedoria avocou também a investigação do roubo, até mesmo para esclarecer se algum dos policiais presos havia participado do crime.
Segundo os corregedores, os policiais obtiveram a informação após o roubo, descobrindo a residência onde os objetos estavam escondidos. O motorista do caminhão (Joeder) passou as informações sobre a residência aos policiais, por alguma razão não esclarecida, houve desentendimento entre os membros da quadrilha. O caminhão era o mesmo utilizado no roubo. Segundo a corregedoria, os policiais tentaram locar outro frete naquela noite, mas não conseguiram, e então exigiram que o motorista fosse até a casa com o seu próprio caminhão. Conforme a corregedoria, o policial civil foi acionado pelos demais em razão de estar com a viatura policial, a fim de proceder à escolta do caminhão. Caso fossem abordados, justificaria que estava realizando uma prisão.
A respeito da droga (30 gramas de cocaína) e munições (122) apreendidas na viatura, há prova nos autos que o material estava no interior da residência e foi colocado na viatura. Uma vez transportado sem uma finalidade lícita, devem os responsáveis responder pelos crimes de tráfico de drogas e posse ilegal de munições.
O corregedor geral, Luiz Fernando da Costa, afirmou que após a conclusão do inquérito policial, já nos próximos dias, irá instaurar processo administrativo disciplinar para apuração da conduta do investigador de polícia no âmbito administrativo, e encaminhará cópia dos autos à Corregedoria da PM com a mesma finalidade.
O corregedor geral destacou a participação nas investigações do Serviço de Inteligência da Polícia Militar, que colaborou com os trabalhos.
A informação é da assessoria da Polícia Civil.