Fiscais do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreenderam cinco bitrens, uma pá carregadeira, três tratores, duas caminhonetes e duas motocicletas. A operação, que contou com apoio da Polícia Militar Ambiental, flagrou extração ilegal de madeira na terra indígena Apiaká-Kayabi, localizada em Juara.
No local ainda foram apreendidos 1.351 m3 de madeira em toras, cinco motosserras, duas armas longas e munição de vários calibres. Quatro pessoas foram detidas no local. Cinco caminhoneiros que estavam presentes no local, juntamente com o responsável pela retirada da madeira, empreenderam fuga pela mata ao perceberem a chegada dos agentes. Todos os equipamentos foram apreendidos e encaminhados ao pátio do Ibama em Juína.
Os infratores possuíam nas carretas e nos tratores rádios instalados para comunicação entre os membros da quadrilha alertando para a presença do Ibama. Somente foi possível o flagrante devido a movimentação da equipe de fiscais pela madrugada e por estrada de acesso pelos fundos da área. “Quando a quadrilha foi alertada as viaturas já estavam no interior da terra Indígena”, informa o chefe da fiscalização em Juína, Edilson Fagundes. “Com base em dados do Núcleo de Inteligência, nossa equipe fez campana e atacou no momento exato”.
Além das apreensões já foram lavradas oito autuações ao proprietário da área vizinha a terra indígena e aos proprietários dos maquinários, somando quase dois milhões de reais em multas. As investigações continuam para verificar o grau de envolvimento de empresários do ramo madeireiro em Juara e no interior de São Paulo. As multas somadas ultrapassam dois milhões de reais. Não há indícios de participação de indígenas no esquema, uma vez que a extração era realizada em uma extremidade desabitada da terra indígena.
“Os responsáveis pelo crime terão contra si, além das multas, a mão pesada da justiça federal”, disse o superintendente do Ibama em Mato Grosso, Marcus Keynes. “Atualmente o Ibama dispõe uma equipe de agentes altamente treinados somente para tratar de casos de crimes ambientais em terras da união (Assentamentos do Incra, Unidades de Conservação e Terras Indígenas)”.
(fotos: assessoria)