A Polícia Civil de Mato Grosso investiga uma fraude de cerca de R$ 2 milhões praticada contra a operadora de telefonia móvel. Segundo informações da assessoria, cerca de cinco mil operações irregulares teriam ocorrido em todo o Brasil e quatro mil geradas de Mato Grosso, utilizando número de celulares ativos, sem o conhecimento do dono da linha, para efetuar ligações usando um chip virgem.
A investigação é conduzida pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), de Cuiabá, que na quarta-feira (16), cumpriu 11 mandados de busca e apreensão em residências de funcionários e ex-funcionários terceirizadas de lojas da empresa, que tinham logins e senhas utilizadas nas operações fraudulentas. “As investigações continuam visando descobrir a real participação de cada um na fraude, bem como a rede de relacionamento dos mesmos. Vamos tentar descobrir quem eram as pessoas beneficiadas pela fraude, uma vez que grande parte das ligações era realizada para o exterior”, disse o delegado Fausto José Freitas da Silva.
A fraude consistia em transferir o número de um cliente ativo da Claro para um chip virgem, que estava em poder de uma terceira pessoa que passava a fazer ligações livremente, geralmente no período noturno e para o exterior. Pela manhã, o procedimento era revertido e o celular do cliente voltava a funcionar normalmente. Muitos nem chegavam a reclamavam na operadora, pois a linha retornava a fazer ligações antes que o problema fosse detectado.
Em muitos casos, os valores decorrentes das ligações realizadas pelos terceiros nem eram repassados aos clientes, pois a claro identificava a fraude e assumia o prejuízo. Mesmo que houvesse reclamação do cliente, o valor era estornado das contas. A empresa acionou a Polícia Civil, após auditoria realizada no sistema identificar os logins utilizados para realizar os procedimentos fraudulentos.
As buscas foram realizadas nas casas de funcionários e ex-funcionários terceirizados contratados por quatro lojas, sendo três em Cuiabá e uma Várzea Grande. Eles são apontados pela empresa como os donos das senhas e logins, usados nos furtos do serviço de telefonia da operadora. Porém, após oitivas dos empregados, o delegado Fausto José Freitas da Silva descobriu que as senhas de acesso ao sistema da operadora eram compartilhadas e por conta disso outras pessoas diretamente contratadas pela empresa podem estar envolvidas.
Durante as buscas, os policiais apreenderam computadores, notebooks, celulares e chips, os quais serão encaminhados para a realização de perícia.
A Polícia Civil investiga se houve interceptação das senhas antes de chegar aos empregados, apontados como suspeitos de envolvimento no esquema furto de serviço de telefonia da Claro e desvio de chips virgens.
Uma vez identificados os verdadeiros envolvidos podem responder por furto e também estelionato.