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Juíza concede liberdade provisória para acusado de ajudar a ocultar cadáveres em Sorriso

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A juíza da Quinta Vara de Sorriso, Emanuelle Chiaradia Navarro, concedeu liberdade provisória para um jovem de 18 anos, acusado de ajudar a ocultar os cadáveres de Gislaine Garcia, 15 anos, e seu filho, de apenas seis meses, no ano passado. A pena prevista para o crime é de três anos de reclusão. No entendimento da magistrada, caso ele seja condenado, “denota-se que a sanção penal situar-se-ia em patamar mínimo ou, caso exasperada, próximo à quantificação mínima, de modo a permitir perfeitamente a conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos”.

Segundo a juíza, outras medidas, que não a prisão, são suficientes nesta fase processual. “É a aplicação do princípio da homogeneidade das medidas cautelares, que apregoa que desponta totalmente desproporcional e desprovido de razoabilidade, decretar-se a prisão preventiva e por conseguinte manter-se alguém preso cautelarmente em regime mais rigoroso do que aquele que ao final, para a hipótese de procedência da proposta acusatória, será imposto”.

O alvará de soltura foi expedido e o acusado notificado. Ele, no entanto, continuará segregado por tempo indeterminado na cadeia do Capão Grande, em Várzea Grande, por suposto envolvimento em outro crime. O processo corre sob segredo de justiça na Segunda Vara Criminal.

Conforme Só Notícias já informou, o principal suspeito de ser o mentor dos assassinatos é um outro rapaz, que também tem 18 anos. Ele seria, possivelmente, pai do menino de seis meses assassinado. Segundo o delegado responsável pelo caso, Bruno Abreu, ele vai responder aos crimes como adulto. Há ainda um terceiro acusado. Ele é adolescente e permanece internado, no Centro Socioeducativo de Cáceres.

Os restos mortais de Gislaine e do bebê foram encontrados, no dia 19 de agosto deste ano, em uma região de mata nas proximidades do bairro União. A mãe de Gislaine compareceu na delegacia e apresentou fotos da filha e do neto, além de um boletim de ocorrência registrado no ano passado sobre o desaparecimento de ambos. Ela teria apresentado ainda uma lista de ligações feitas pela filha que acabaram levantando suspeitas. Uma destas ligações era para M.W.

A mãe, conforme a polícia, estranhava o relacionamento da filha com o acusado, visto que o mesmo nem chegou a registrar a criança. Durante as investigações, foi descoberto o envolvimento de dois adolescentes no caso. Todos acabaram encaminhados à delegacia e confessaram o crime indicando o local onde a jovem estava enterrada. Uma testemunha ainda relatou aos policiais que o suposto mentor confessou que armou toda a trama para “dar um fim” na jovem e no bebê, que seria seu filho, pois não queria ser pai naquela idade.

Segundo a versão dos demais envolvidos, M.W. disse para as vítimas irem até o local e pouco tempo depois chegou com Gislaine e a criança. Em seguida, M.W. teria estrangulado primeiramente a criança, depois a jovem e, em seguida, os acusados enterraram ambos. 

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