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Cuiabá: presas mulheres que usavam nome de instituições e de deputado para arrecadar dinheiro

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As prisões foram efetuadas por policiais da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), ontem, em Cuiabá, e ambas vão responder pelos crimes de estelionato e formação de quadrilha. As suspeitas, 56 e 25 anos, mãe e filha, respectivamente, se passavam por servidoras da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).

Elas utilizavam o nome da secretaria, do deputado estadual Pery Taborelli, da Polícia Militar e também do Corpo de Bombeiros para solicitar apoio em dinheiro, junto a empresas privadas, para fins de supostas campanhas de divulgação ambiental.

As duas foram abordadas depois que deixaram um frigorífico, em Várzea Grande. Elas estavam na posse de um cheque no valor de R$ 500 e também recibo de outra empresa no valor de R$ 300. A dona do frigorífico confirmou ao delegado Gianmarco Paccola Capoani que as mulheres se identificaram como funcionárias da Sema e que enviaram e-mail solicitado o apoio, usando o nome de uma Ong. No endereço da entidade, no bairro Nova Esperança III, em Cuiabá, os policiais encontraram uma casa de alvenaria, com a obra inacabada.

O presidente da Ong, 54 anos, foi conduzido à delegacia, mas o delegado acredita que ele foi usado pelas mulheres e, por conta disso, deixou de autuá-lo no procedimento, sendo ouvido como testemunha. Um advogado, que seria o coordenador da Ong, é apontado como membro do bando e estaria agindo junto com as duas mulheres na prática de estelionato. O advogado será intimado para prestar esclarecimentos.

Segundo a Polícia Civil, as duas mulheres e o advogado estavam também enganando o presidente da Ong, que seria um senhor humilde e que trabalha como sorveteiro. Conforme as investigações, as suspeitas usando a Ong, criada apenas no papel, entravam em contado com as empresas e depois enviava e-mail, utilizando o endereço eletrônico: [email protected]. Em uma mensagem, enviada no dia 3 de novembro, assinada pela acusada de 25 anos, que se dizia coordenadora do projeto, facilmente a Polícia Civil identificou a fraude.

O conteúdo dizia: “conforme nos falamos estamos em uma campanha ambiental juntamente com a polícia ambiental trabalhando em um grande projeto de conscientização. Através de palestras nas câmaras municipais escolas iremos distribuir gratuitamente em todo o estado cartilhas educativas. O seu patrocínio irá somar para que seja possível a impressão dessas cartilhas. Deputado Estadual Cel. Taborelli, Associação do Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros e Polícia Ambiental desde já agradece sua atenção para nosso projeto. Contamos com o patrocínio de R$ 1000”.

As logomarcas da Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros e o brasão do Estado Mato Grosso foram retiradas da internet pela suspeita e eram usadas para dar aparência de legalidade e reforçar as ações da Ong.

O delegado da Dema, Gianmarco Paccola, informou que o núcleo de inteligência da delegacia recebeu denúncia de que duas mulheres, em um GM Celta preto, que se apresentavam como servidoras da secretaria estadual, usando camiseta de uma Ong, estavam utilizando o nome de quatro instituições públicas, para arrecadar dinheiro de empresas e pessoas físicas, para supostas campanha de prevenção ao meio ambiente.

As duas tinham exemplar de uma cartilha piloto, com impressão caseira e mal elaborada, que seria confeccionada com o dinheiro arrecadado. No material constava as  logomarcas das instituições do Corpo Bombeiro, da Polícia Militar Ambiental, o brasão do Estado e da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, seguida do nome do deputado estadual. Elas também diziam que iriam realizar palestras em escolas.

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