A Polícia Federal deflagrou, esta manhã, a operação “Mãe do Ouro” para desarticular uma organização criminosa responsável pela exploração e comércio ilegal de ouro na região Norte. Estão sendo cumpridos 19 mandados de busca e apreensão, 11 de prisão preventiva e uma condução coercitiva expedidos pela Justiça Federal de Sinop.
Segundo informações da assessoria da PF, os mandados estão direcionados a alguns dos principais garimpeiros do Nortão, de proprietários dos postos de compra de ouro responsáveis pelo “esquentamento” do mineral e também de servidores públicos estaduais. Durante as investigações, foi identificado o processo criminoso: extração ilegal de ouro em vários pontos do Nortão, abrangendo extensas áreas e mediante a utilização de maquinário pesado, causando grave degradação ao meio ambiente; aquisição de ouro por postos de compra (PCOs) instalados nas cidades de Nova Bandeirantes, Alta Floresta, Apiacás e Peixoto de Azevedo.
Os postos mencionados forneciam a documentação necessária para conferir aparência de legalidade à origem do ouro, permitindo, na sequência, a inserção do mineral já esquentado no Sistema Financeiro Nacional.
Além disso, foi apurado também a corrupção de servidores da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e da Companhia Mato-Grossense de Mineração (Metamat) no esquema criminoso, mediante o recebimento de vantagens indevidas para a liberação de licenças ambientais e para o esquentamento do ouro.
Os presos responderão por crimes ambientais, usurpação de bens da União, lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa e passiva.
O nome da operação faz referência à lenda da Mãe do Ouro, que no folclore brasileiro significa uma bola de fogo, que as vezes se transforma em uma mulher e indica os locais onde se encontram jazidas de ouro que não devem ser exploradas.