Uma operação conjunta entre policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Especializada em Roubos e Furtos (Derf) prendeu, esta manhã, no bairro Bom Jardim, um jovem suspeito de envolvimento em seis homicídios no município. Entre os casos investigados está o do empresário Ivaldo Domingos Balestrelli, 50 anos, executado a tiros, no dia 17 de novembro do ano passado, na rua João Pedro Moreira de Carvalho, no bairro Menino Jesus.
“Quatro homicídios estão esclarecidos e ele é apontado como autor. Outros dois estão sob investigação. É um ‘cara’ de alta periculosidade e muito esperto também, por isso foi necessária a operação conjunta para cercar as duas casas que ele ocupava. Ele estava escondido no forro de uma delas”, explicou o delegado Carlos Eduardo Muniz.
Além do assassinato de Ivaldo, o suspeito também é investigado por envolvimento nos homicídios de Márcio Antônio Pereira, 27 anos (em 7 de julho deste ano, no bairro Vila Santana, ocasião em que um adolescente de 17 anos também foi baleado); Robilson Pereira da Silva, 46 anos (em 15 de junho deste ano, executado em frente a uma lanchonete no bairro São Cristóvão); Edgar da Silva Pessoa, 22 anos (assassinado a tiros em frente à própria residência na rua Projetada 29, no bairro Vila Santana, em 7 de janeiro de 2015); Luiz Donizete da Silva, 59 anos (morto com um tiro na testa e encontrado ao lado de um Fiat Uno azul, placas de Confresa, próximo ao bairro Alto da Glória, em 6 de outubro de 2014); e, por fim, Luiz Oliveira Caldas, 37 anos (em 16 de junho do ano passado, também no Alto da Glória).
Segundo Carlos Eduardo, a partir de agora, será feito o interrogatório do suspeito, com o objetivo de esclarecer as motivações dos crimes. O rapaz também é acusado de envolvimento em diversos roubos. “Sinop tem uma disputa entre bairros e isto leva a diversos homicídios. Temos um trabalho longo pela frente. Precisamos interrogá-lo sobre os assassinatos”, afirmou o responsável pela divisão de homicídios. “Foi reconhecido em quatro roubos e, agora, com a prisão dele, começa um trabalho de investigação para identificar possíveis participações em outros crimes. Sabemos que foram muitos”, complementou o delegado da Derf, Marcelo Carvalho.
Nenhuma arma foi localizada na residência do suspeito. “Atualmente os criminosos têm escondido muito bem. Lá era um terreno extremamente aberto. Não localizamos nada. Ele disse que repassou para frente, mas acreditamos que está escondida. Como são homicídios em datas variadas, possivelmente as armas utilizadas foram diferentes. Hoje eles trocam muito. Quem está envolvido em crimes, tem feito empréstimo e locação de armas”, explicou Carlos Eduardo.
Muniz destacou ainda o empenho dos policiais que trabalharam na prisão do acusado e exaltou o trabalho feito em conjunto entre o DHPP e a Derf, que, segundo ele, tem resultado em um número menor de homicídios em Sinop este ano. “Em 2014, tivemos 98 assassinatos. Em 2015, estamos em novembro com 45. Compartilhamos muitas informações e chegamos a este resultado, com o apoio da Derf. Para sair um mandado de prisão, há demanda de um inquérito inteiro. É um trabalho contínuo e meticuloso da polícia. É importante deixar claro o comprometimento da equipe, que ficou trabalhando até tarde. Todos ficaram muito animados com a operação. Sinop hoje tem um quadro de policiais comprometidos, para dar segurança e paz à população”.
Uma quantidade não especificada de entorpecente foi encontrada e, conforme o delegado Ugo Ângelo Reck de Mendonça, o “acusado deve responder também por tráfico de drogas. Este dava muito trabalho para a polícia. Foi um trabalho muito importante”.
Na mesma operação, dois acusados de assassinarem, a tiros, Ricardo dos Santos Silva, 19 anos, foram localizados, ontem à tarde, conforme Só Notícias já informou. A vítima foi morta em 26 de setembro deste ano, no bairro Jardim Violetas. Os suspeitos, 18 e 16 anos, estavam em uma lanchonete, no centro, quando foram abordados pelos investigadores.
Os dois adultos presos durante a operação devem ser encaminhados ao presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”. O menor, por outro lado, deve ser apresentado à promotoria e pode cumprir medida socioeducativa.
(Atualizada às 10h30)