Com mandado de prisão em aberto há um ano, após ser acusado de abusar sexualmente das duas filhas, na época uma com 16 e outra com 15 anos de idade, um homem de 44 anos foi preso, ontem, em uma boate, em Cuiabá. Ele foi encontrado pela filha mais velha, que também estava na casa noturna, e acionou a polícia informando que após um tempo foragido, o pai estava novamente na Capital.
O suspeito se separou das ex-mulher em 2009, e mantinha a guarda compartilhada das duas filhas, que ficaram morando com a mãe. Porém em 2010, já casado com a segunda esposa, o suspeito chamou as filhas para morar com ele, com a desculpa de dar melhores condições de estudo e vida a elas. Foi aí que, segundo as vítimas, começou o pesadelo. O acusado as estuprava todos os dias e em horário distintos, para que uma não soubesse que a outra também era vítima. A polícia também acredita que ele praticava magia negra com as adolescentes e para realizar os rituais as levava para motéis. Após os abusos, o pai ia até o shopping e comprava presentes para agradá-las.
Segundo a companheira do suspeito, que também se separou dele em 2012, as vítimas eram ameaçadas para que não contassem sobre os abusos. “Ele dizia que ia quebrar as pernas delas e até mesmo matá-las se abrissem a boca para contar o que ele fazia”, conta a ex-mulher que preferiu não se identificar. No início do ano passado, a mãe das meninas recebeu uma proposta para trabalhar no Rio de Janeiro e chamou as filhas para ir morar com ela. “Eu tive uma filha com ele, que hoje está com seis anos. E por causa da irmã nós sempre mantínhamos contato, mesmo com elas distantes. E um dia comentei com elas que iria manter a guarda compartilhada da minha filha com o pai delas. Foi o desespero para elas”, relatou a ex-mulher.
Segundo ela, as meninas ficaram com medo de que o pai fizesse o mesmo com a irmã mais nova e então decidiram contar para mãe sobre os quase quatro anos de abusos. O homem então soube que as duas ex-mulheres haviam feito denúncia e fugiu. Mas, na madrugada de sábado, a filha estava em uma boate e o viu e ligou para a polícia. O suspeito foi encaminhado para a Polinter, onde foi verificado que ele possui quatro passagens pela polícia por tráfico, corrupção passiva e formação de quadrilha.