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PF apreende R$ 50 milhões em bens de traficantes; chefe morava em condomínio de luxo em Cuiabá

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Os bens apreendidos pela Polícia Federal durante a operação Hybris, deflagrada hoje, estão avaliados em aproximadamente R$ 50 milhões. Veículos de luxo, fazendas, apartamentos, casas, prédios, aeronaves, armas, cabeças de gado, dinheiro e mais de 50 quilos de cocaína foram apreendidos durante o cumprimento dos 48 mandados de busca e apreensão determinados pela Justiça.

Tudo isso era utilizado para dar suporte a um grupo criminoso que atuava com o tráfico internacional de drogas há pelo menos sete anos em Mato Grosso e outros cinco estados brasileiros, como São Paulo, Minas Gerais, Maranhão, Goiás, Pará, além de países da América Latina e Europa. A organização criminosa era fortemente estruturada e hierarquizada, com liderança firme e divisão de tarefas, incluindo a participação de casas de câmbio para a compra de dólares utilizados na negociação e a adoção de práticas violentas. Há suspeitas de que os criminosos também estejam envolvidos em homicídios.

A PF estima que o grupo movimentava mensalmente cerca de três toneladas de cocaína, o que corresponde a R$ 60 milhões. O produto recebia a rotulagem de “Superman Pancadão”, uma forma de identificar a droga, que teria qualidade superior que as demais do mercado ilegal e fidelizar o usuário.

O dinheiro era lavado, em parte, com a prestação de serviços, como a locação de veículos à Prefeitura de Pontes e Lacerda. Suspeita-se de direcionamento de licitações. O envolvimento do Executivo municipal, no entanto, ainda está sendo investigado e ninguém relacionado à prefeitura foi preso, segundo a PF. As investigações começaram em 2013. De lá para cá, durante o percurso das investigações, a PF apreendeu quatro toneladas de drogas, equivalente a R$ 80 milhões.

Nesta quarta-feira (8), foram cumpridos 36 mandados de prisão preventiva. Outras quatro pessoas, que tiveram mandados de prisão temporária determinados pelo juízo da 1ª Vara Federal de Cáceres, estão foragidas.

Entre as pessoas presas está o chefe da organização, que não teve o nome divulgado pela PF. Segundo o delegado de combate ao crime organizado, Marco Aurélio Faveri, o traficante se mostrava um empreendedor do crime. Ele morava em um condomínio de luxo na capital. Documentos apreendidos pela PF dão conta de que em 2007, ele recebia salário mínimo e oito anos depois chefiava “um império”. Conforme o delegado, o chefe da quadrilha utilizava apenas veículos blindados.

Segundo a Polícia Federal, a droga era transportada da Bolívia para o Brasil por avião e terrestre, utilizando as estradas do Estado e a fronteira de Mato Grosso com o país vizinho. O produto era distribuídos nos municípios de Cáceres, Vila Bela, Pontes e Lacerda e Cuiabá.

O nome da operação remete a um conceito grego que pode ser traduzido como "tudo que passa da medida, “descomedimento" e que atualmente alude a uma confiança excessiva, um orgulho exagerado, presunção, arrogância ou insolência, que com frequência termina sendo punida.

(fotos: assessoria)

  

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