Um pai procurou a delegacia da Polícia Civil para denunciar que seu filho teria sido supostamente abusado por outras crianças dentro de um ônibus escolar. Consta no boletim de ocorrência que, em casa, o estudante chorava bastante e dizia que não queria mais frequentar as aulas, o que motivou os pais a procurarem a direção da escola.
Na instituição educacional, uma monitora confirmou o fato, explicando ainda que os alunos responsáveis foram afastados e o Conselho Tutelar comunicado. O pai, no entanto, tirou a criança da escola, que é municipal, “por medo de que algo pior” acontecesse.
Uma pessoa ligada à família procurou Só Notícias e denunciou que “a escola não deu a devida atenção ao caso. Disseram que não iriam se envolver. A gente tentou trocar o menino de horário e disseram que não era possível, por falta de vagas. Jogam a culpa em cima dos pais e do motorista do ônibus. Tivemos que tirar a criança, por que ela está traumatizada”.
O fato teria acontecido na segunda-feira (22), mas só foi comunicado posteriormente à Polícia Civil. Segundo o parente, pelo menos outras cinco crianças teriam sido abusadas.
Outro lado – Só Notícias tentou contato com a direção da escola. Por telefone, uma funcionária informou que a diretora está viajando e que a coordenadora não estava no local. A secretária de Educação, Gisele Faria de Oliveira, também foi procurada para comentar o assunto, no entanto, não atendeu, nem retornou as ligações.
O conselheiro tutelar Celso Clarindo confirmou que o caso envolveu mais de uma criança e que os acusados teriam acariciado as vítimas. A situação, segundo Clarindo, foi encaminhada ao Ministério Público Estadual (MPE). “Todos os estudantes envolvidos estão prestando depoimento. São alunos com menos de 12 anos e teriam forçado as outras crianças a sentar no colo, coisas deste tipo. A gente espera uma resposta do Ministério Público. Alguns pais acham que, por demorar um pouco, o caso não está sendo investigado, o que não é verdade. O pronunciamento será do promotor, que apontará quem será responsabilizado”.
Conforme Celso, o Conselho Tutelar não tem conhecimento de uma possível negativa por parte da escola em trocar os alunos de turno. “A gente, inclusive, orienta os pais a mudarem os horários de aulas dos alunos”.
A previsão, de acordo com o conselheiro, é que o caso seja elucidado até o próximo final de semana. “Falta o depoimento de duas testemunhas. Todos os pais também estão sendo ouvidos e informados. Pedimos que aguardem o pronunciamento do MP, não adianta querer fazer justiça com as próprias mãos”.