Dois caminhões, um trator e 45 metros cúbicos de madeira foram apreendidos em Colniza (1.065 quilômetros de Cuiabá), na quarta-feira e ontem. Ninguém foi preso. As equipes de fiscalização da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e da Polícia Militar Ambiental sobrevoaram as áreas para conseguir interceptar os caminhões que transportavam produtos florestais sem licença ambiental e sem autorização para explorar a área de uma fazenda, na estrada do Estanho. A multa aplicada corresponde a R$ 13,5 mil. Próximo desse local, no Distrito de Guatá, foi constado desmatamento ilegal de pelo menos 60 hectares.
Conforme o superintendente de Fiscalização da Sema, major Fagner Augusto do Nascimento, desde que a operação ‘Mata Verde’ foi deflagrada, em 21 de maio, já foram vistoriaram 70 pontos na região Noroeste, a partir de varredura dos programas de controle e monitoramento da Amazônia (SAD-Imazon/Inpe). “Nós temos sobrevoado a região todos os dias porque assim fica mais fácil interceptar as pessoas que estão agindo na ilegalidade”. Ele explica que ainda não há uma totalização das áreas que sofreram desmatamento ilegal, as equipes entregarão os relatórios técnicos à Sema para que estes dados sejam avaliados e finalizados de acordo com as imagens de satélite.
Como resultado da operação, entre 23 e 24 de maio, três pessoas foram presas em flagrante por grilagem de terra, desmatamento ilegal e outros crimes na Reserva Extrativista (Resex) Guariba Roosevelt em Colniza. A denúncia de que pelo menos 100 pessoas teriam invadido a área tradicional da comunidade extrativista. Além das prisões, também foram feitas as notificações e autuações das demais pessoas que estão na área. O próximo passo é realizar a desintrusão, por meio judicial, das pessoas que insistirem na ilegalidade.
Nas apreensões realizadas nesse período estão: uma espingarda calibre 36, quatro motosserras, cinco armas de fogo, dois porcos do mato. Os crimes cometidos compreendem: caça de animais silvestres, uso de motosserras sem a autorização, posse ilegal de armas de fogo, danos à unidade de conservação, exercício de atividade incompatível, além de penetrar a área portando objetos próprios à caça e exploração florestal.
Apesar de importante área de preservação ambiental na Floresta Amazônica, por abrigar quatro importantes unidades de conservação que totalizam 324,8 mil hectares de áreas protegidas, Colniza enfrenta nos últimos cinco anos pressões para que sua floresta seja derrubada. Dados de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam o município como o maior número de desmatamento ilegal do Estado no ano passado: foram 14,5 mil hectares de áreas desmatadas ilegalmente e uma ocorrência de 7,5 mil focos de calor entre janeiro e dezembro, dos quais 1,6 mil com confirmação de queimada.