A Polícia Civil de Canarana (região Araguaia) confirmou, hoje, que o valor apreendido no domingo, na carroceria de uma caminhonete Toyota Hilux, soma R$ R$ 3.,2 milhões. A quantia estava em três sacos escondidos embaixo de esterco, cerâmicas, madeiras e alimentos. O motorista, 41 anos, que já estava sendo monitorado, foi avistado próximo a um hotel.
Quando os policiais descobriram o dinheiro, o suspeito rapidamente disse: "é real, deixe isso aí e vamos conversar". Ao ser questionado sobre o tipo de conversa, voltou a falar aos policiais para deixar os sacos na caminhonete e que não dissesse nada a ninguém, pois poderia dar uma "ajuda". Na delegacia, voltou a oferecer dinheiro, um total R$ 500 mil, só que desta vez ao delegado de Canarana, João Biffe Júnior.
De acordo com João, na delegacia o suspeito alegou ser "cidadão de bem", proprietário de fazendas na região e que era comprador de gado. No entanto, realiza declaração de Imposto de Renda como pessoa isenta. "Situação incompatível com os valores apreendidos, pois não encontramos nenhuma propriedade em seu nome e nenhum documento de compra ou venda de gado", afirmou, por meio de assessoria.
Há meses o acusado era monitorado por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas. Durante as investigações, os policiais contataram que era de costume chegar em Canarana, geralmente, no final da tarde, permanecendo hospedado até o anoitecer, quando então deixava a cidade.
O delegado João Biffe informou que o oferecimento de propina foi registrado em vídeo e será usado como prova no inquérito policial, pelo qual o suspeito foi preso em flagrante por crime de oferecer vantagem indevida a funcionário público, para retardar ou omitir ato de ofício e ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Biffe pediu a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do suspeito e solicitou sua transferência para a Penitenciária Central do Estado (PCE), devido a alta periculosidade do preso, com provável envolvimento em assaltos a banco e tráfico internacional de drogas.
O delegado informou que irá oficializar o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (Lab-LD) e a Receita Federal, por suspeita de crime de lavagem de dinheiro. O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) também será notificado para informações de registro de compra e venda de gado.
Em 2014, ele foi preso na cidade de Recife com o volume de R$ 940 mil e ofereceu R$ 200 mil à polícia para não ser preso.