A Polícia Civil concluiu o inquérito da fuga de reeducandos da cadeia de Nova Mutum. No inquérito, a delegada Angelina Andrade Ferreira representou pelo mantimento da prisão dos dois agentes penitenciários e do ex-diretor da unidade pelos crimes de facilitação qualificada de fuga dos presos, sob sua custódia e peculato culposo.
O inquérito foi enviado ao Fórum da Comarca de Nova Mutum, ontem, com o indiciamento dos três servidores públicos. Um segundo inquérito policial foi instaurado para apurar os crimes corrupção, peculato e outros delitos relacionados a conduta dos servidores.
A conclusão do inquérito coincide com a prisão de quatro pessoas envolvidas na fuga. Os suspeitos foram presos, ontem à tarde, na avenida Brasil, na região do bairro CPA, em Cuiabá, por policiais da Polinter, com apoio da Gerência de Operações Especiais (Goe). Entre os presos estão Bruno Ojeda Amorim, autor do plano da fuga, Isis Kevillin Ojeda, irmã do acusado; Nayra Mendes Pereira, namorada de Bruno; e Jerlan José dos Santos, que não pertence a lista dos fugitivos. Ele é convivente de Isis e é investigado na participação do plano de fuga.
Além dos indiciamentos dos agentes prisionais e do diretor da cadeia, a delegada Angelina Andrade Ferreira representou pela prisão preventiva de Bruno, Isis, Nayra e de mais duas pessoas envolvidas na fuga, que responderão pelos crimes de facilitação de fuga, furto de armas e formação de quadrilha.
Em recontagem de detentos da unidade prisional de Nova Mutum, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) informou o número de 26 fugitivos e destes 16 já foram recapturados, incluindo o fugitivo Bruno Ojeda.
Ojeda responde por crimes de roubo, tentativa de homicídio, formação de quadrilha e porte ilegal de arma de fogo. Ele, em posse da chave repassada pela namorada, abriu as celas da unidade, dando fuga aos reeducandos.
As duas mulheres tiveram papel importante na fuga. Elas foram usadas como isca para "envolverem" os agentes e deram para eles bebidas com alguma substância, deixando-os dopados. "O plano era seduzi-los. Elas deram algo para os agentes beberem e depois abriram a grade central de acesso as celas internas", explicou a delegada Angelina Andrade.
Da cadeia, os detentos furtaram três espingardas calibre 12 e dois revólveres calibre 38, além de várias munições. Uma espingarda foi recuperada com um dos presos recapturados.