O delegado Sérgio Ribeiro disse, hoje, em entrevista ao Só Notícias, que encaminhará ainda hoje uma carta precatória com o intuito de colher o depoimento de dois detentos citados por Márcio Marciano da Silva, 30 anos, e Rafael Bruno dos Santos Mussuco, 25 anos, presos por matar o acadêmico de Medicina, Eric Francio Severo, 21 anos, no dia 27 do mês passado. Márcio e Rafael roubaram GM S-10 branca que Eric utilizada e que era de do pai dele, o advogado e jornalista Leonildo Severo.
“Devo encaminhar o documento até ao final do dia diretamente à delegacia de Guarulhos (SP), onde os citados estão presos. Depois quero concluir, o mais rápido possível, o caso da morte do estudante. Os suspeitos [Márcio e Rafael] me disseram, em depoimento, que a caminhonete foi encomendada, mas não apontaram qual valor seria pago. Neste caso, nem me disseram quanto receberiam pelo serviço do transporte, mas acredito que seja em torno de R$ 15 mil”.
O delegado acredita que com o depoimento dos dois detentos do presídio paulista pode esclarecer algumas situações. “Quero apurar se há mais envolvidos no caso, pois acredito na participação de várias pessoas, inclusive, do próprio município”.
A equipe policial que trabalha no caso deve analisar, em breve, as imagens do circuito de segurança de um estabelecimento no qual Márcio e Rafael estiveram antes de pegar o acadêmico. Novos depoimentos de funcionários desta empresa e que teriam visto pelo menos um dos suspeitos não estão descartados no andamento da investigação.
Conforme Só Notícias já informou, o delegado deve imputar aos dois presos os crimes de latrocínio e formação de quadrilha. Ele explicou que a justiça poderá autorizar a abertura de outro inquérito, a ser instaurado em Lucas do Verde, onde o corpo foi encontrado, um dia depois do roubo da caminhonete, em uma região de mata.
Ele acredita que o caso não irá a júri popular, a pena será aplicada pelo juiz criminal e a tendência é do processo tramitar mais rapidamente, bem como a sentença. Para o latrocínio [roubo seguido de morte] a pena prevista é de 20 a 30 anos de reclusão. "Vão ter mais agravantes com formação de quadrilha e a pena deve aumentar. Eles foram presos em flagrante e o fato dos dois serem réus primários é uma atenuante muito leve, pois o crime foi gravíssimo e acredito que eles devem pegar 25 anos de cadeia. Pode ser até mais dependendo da decisão do magistrado sobre os agravantes do crime", opinou Sérgio Ribeiro.
Os criminosos alegaram que o plano inicial não era matar o acadêmico de medicina e que a caminhonete seria levada até Dourados (MS) para ser vendida no Paraguai.