O delegado da Polícia Civil de Sorriso, Bruno Abreu (foto), confirmou, ao Só Notícias, que a mulher acusada de ser a líder de um grupo do Comando Vermelho que atua na região Norte de Mato Grosso teve a prisão temporária revertida para preventiva. Ou seja, agora ela ficará recolhida em uma unidade prisional do Estado sem prazo definido para sair.
O trabalho investigativo vinda sendo realizado pela polícia sorrisense desde julho deste ano e a prisão da suspeita realizada, na última segunda-feira, em Sinop, pelos policiais locais. Abreu afirmou que a acusada tinha um grande poder de liderança na região. Em cartas apreendidas pela polícia, criminosos pediam a autorização dela para abrir uma “boca de fumo” ou até mesmo aval para cometer crimes em Sorriso e outras cidades. “Ela dizia quando e se o crime poderia acontecer na cidade”.
O delegado também destacou que nestas cartas apreendidas (que eram endereçadas a ela e a outros criminosos que estão presos) havia a descrição do “código de conduta” para os membros desta facção. Um dos trechos aponta o que fazer quando o membro se deparar com um policial. Neste caso, explicou o delegado, o criminoso deveria até mesmo parar o crime que estivesse cometendo (um assalto, por exemplo) para confrontar e matar o policial. “Eles têm liberdade para matar o policial”.
Ele também afirmou que a suspeita fez uma declaração falsa na Defensoria Pública para fazer um certidão de união estável. Com isso, conseguiu confeccionar uma carteirinha para entrar na cadeia de Sorriso. O delegado apontou que a mulher tem várias passagens pelo crime de tráfico de drogas, sempre sendo presa e liberada posteriormente. No entanto, as cartas fizeram com que a polícia comprovasse que realmente era a líder desta facção criminosa na região. Com isso, o delegado espera enquadrar a suspeita no crime de organização criminosa, que tem pena mais pesada.
Em Sinop e Sorriso foram encontrados muros pichados com as letras C.V.MT ou apenas C.V.