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Cuiabá: policiais disfarçados em bares e restaurantes reforçam investigação a quem bebe e dirige

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Investigadores de polícia estão trabalhando, há um mês, disfarçadamente, infiltrados em bares e restaurantes na capital para fiscalizar quem está bebendo e vai sair, em seguida, de carro, dirigindo. A informação é do delegado Jefferson Dias, titular da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito de Cuiabá (Deletran). Quando flagram uma situação de infração avisam à equipe de fora dos bares e restaurantes, que para o carro e aplica o teste do bafômetro. "Se a infração fica confirmada, a gente prende". Segundo o delegado, tem sido bem difícil coibir infratores, fazer com que mudem de postura.

Nos dois últimos anos, balanço da operação Lei Seca – que promove blitze noturnas, principalmente às sextas-feiras e sábados, em pontos de "baladas" – mostra que 174 infratores foram presos, alguns deles em péssimas condições, chegando a fazer zigue-zague na pista ou com dificuldade de se comunicar. Porém muitos bebem não o suficiente para aparentarem embriagues.

"Mas estão igualmente errados. Tomam dois copos e dizem: eu estou bem para dirigir. Não, você não está bem, a bebida altera a capacidade psicomotora. Você não bebe e sai às 8 horas da manhã para trabalhar. Por que? Porque senão não vai trabalhar direito. É a mesma coisa", repreende o delegado. Ele destaca que o ano de 2015 foi "difícil" porque ainda não havia a logística adequada para que a operação Lei Seca fosse eficiente. Mas em 2016 "a equipe está consolidada" e a operação vai continuar.

O delegado defende que mais policiais trabalhem disfarçados. "Temos que aumentar ainda mais", planeja o delegado, achando que esse é um dos jeitos de enfrentar a situação. Outra forma de "bater duro", para ele, é arbitrando multa pesada. Dirigir bêbado é crime afiançável. Delegados de modo geral, após casos de prisão, aplicam fiança de um salário mínimo para a soltura. "Mas quando eu arbitro, jogo lá para cima, até R$ 15 mil. Mexer no bolso é pedagógico, ficar na cela da Central de Flagrantes por uma noite inteira também é", avalia o delegado Dias.

Nesses dois anos, foram 3.647 testes de alcoolemia feitos, os chamados testes do "bafômetro". O número de operações aumentou. Em 2015, foram 14 e em 2016, até outubro, 22.

Beber e dirigir é crime de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), considerado um dos 12 mais rigorosos do mundo, infração gravíssima e a multa é de R$ 1.915,40. O infrator ainda corre o risco de ficar um ano sem carteira de habilitação e sem veículo, que é apreendido. Mesmo assim, a lei não tem inibido boa parte dos consumidores de álcool e que também são motoristas.

 

 

 

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