Sete pessoas acusadas de aplicar golpes em parentes de pacientes internados para tratamento de saúde foram presas, em Rondonópolis, na operação “Prontuário”, deflagrada pela Polícia Civil do Pará, com apoio da Polícia Civil de Mato Grosso. De acordo com a delegada de Belém, Karina Correia Figueiredo Campelo, as investigações iniciaram em junho com registros de boletins de ocorrências de vítimas que relatavam ter recebido telefonemas de pessoas se identificando como médicos, informando sobre a necessidade de exames de urgências para parentes internados em Unidades de Tratamento Intensivos (UTI). “Foi iniciada a investigação e identificamos todos os componentes que eram de Rondonópolis e representei pela prisão temporária, preventiva e buscas”.
Três dos suspeitos identificados nas investigações são presidiários da Penitenciária Major Eldo de Sá Correa, conhecida por Mata Grande. Eles tiveram mandados de prisão cumpridos dentro da unidade. Do lado de fora, os detentos contavam com apoio dos demais.
A organização criminosa enganou pelo menos dez vítimas, identificadas até o momento nas investigações. Conforme a delegada Karina Correia, parentes de pacientes internados em UTIs no Estado do Pará efetuaram depósitos entre R$ 1,5 mil a 3 mil, depois de receberem telefonemas de falsos médicos, alegando urgência na realização de exames hospitalares.
“Eles ligavam como médicos nos hospitais, diziam que queriam o mapa da UTI ou dados de pacientes internados na UTI. Pegavam o contato do familiar responsável pelo paciente, se identificavam como médico e falavam todas as informações do prontuário. A família acreditava que estava falando com o médico”.
“Criavam uma situação de pânico, falando que a vítima teve um agravamento e se o exame não fosse feito o mais rápido possível, podia não resistir. Já davam a solução, apresentando uma clínica e o número da conta para depositar o dinheiro”.
O delegado da Derf de Rondonópolis, Gustavo Colognesi Belão, informou que tanto as contas bancárias quando os estelionatários foram identificados que eram de Rondonópolis. “As contas bancárias, são de Rondonópolis. Essas 4 pessoas de fora da cadeia forneciam contas e auxiliam os presos na aplicação dessa fraude”.